sexta-feira, 30 de maio de 2008

A cruzada contra o tabagismo


As novas imagens contidas nas advertências dos maços de cigarros são chocantes. A propaganda negativa inclui fotos de corpos mutilados, pessoas sofrendo e até um feto morto. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), responsável pelo Programa de Controle do Tabagismo, essa nova ação pretende evitar a experimentação do produto, principalmente por adolescentes e crianças.

Além dessas ilustrações, as embalagens dos cigarros também informarão os teores de nicotina, alcatrão e monóxido de carbono e o telefone do Disque Saúde (0800-61-1997), um serviço de orientação à população que deseja parar de fumar.

Os números justificam a iniciativa contra o cigarro. Só para ter uma idéia, conforme informações do Ministério da Saúde, o total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais no mundo, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia.

Muitos podem até alegar que os fumantes não se sensibilizarão com essas imagens aterrorizantes, mas é inegável que essa nova ofensiva do governo provocará grandes questionamentos em potenciais consumidores de cigarro, como os mais jovens.

Leia mais sobre o combate ao tabagismo no link abaixo:

http://www.inca.gov.br/tabagismo/index.asp

segunda-feira, 26 de maio de 2008

A arte "subversiva" do Teatro Mágico

Fãs enlouquecidos. Músicas cantadas em uníssono. Discursos politicamente engajados. Uma atmosfera envolvente. Música, teatro, circo e poesia num grande sarau. Essa é a fórmula do sucesso do Teatro Mágico que fez show em Santos no último dia 24, dando uma prévia do que será o segundo albúm. O grande desafio do grupo é continuar fazendo arte alternativa e independente, sem sucumbir ao assédio da indústria do entretenimento.

Texto na íntegra:
http://www.artefatocultural.com.br/portal/index.php?secao=colunistas_completa&subsecao=
20&id_noticia=169&colunista=Michel%20Carvalho

domingo, 18 de maio de 2008

A cor da mídia


Alguns dados para reflexão:
  • Segundo pesquisa do IBOPE com o Instituto Ethos, realizado em 2007, apenas 3,5% dos cargos de chefia são de negros. Ainda de acordo com o estudo, o índice de negras executivas não passa de 0,5%;
  • Salário de brancos e negros deve se igualar somente daqui a 32 anos, diz pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada);
  • De acordo com o Dieese, negros ganham, em média, 50 % menos do que demais trabalhadores;
  • 70% da população miserável do país é negra;
  • A taxa de analfabetismo entre a população negra de 15 anos de idade ou mais é o dobro em relação às pessoas brancas.

Esses são apenas alguns números da estrutura excludente baseada na cor da pele perpetuada no Brasil. Será que essa realidade discriminatória não é reproduzida também pelos meios de comunicação? Sendo 49,5% da população brasileira, os negros não deveriam ocupar mais espaço na mídia? Após 120 anos da abolição da escravatura no país, porque a questão da igualdade racial não é aprofundada pela imprensa? Por que a maioria dos comunicadores e dos formadores de opinião pública é branca?

É preciso tocar nas feridas para cicatrizá-las...

sábado, 10 de maio de 2008

Uma mídia cega e burra




Qual dos fatos abaixo mereceria um destaque maior na mídia?

1. A polêmica envolvendo o jogador Ronaldo Fenômeno e as três travestis;

2. A prisão preventiva do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusado de assassinar a pequena Isabella;

3. A absolvição do fazendeiro Vitalino Bastos de Moura, acusado de ser o mandante do assassinato da missionária Dorothy Stang.

A maioria dos meios de comunicação optou pelo sensacionalismo, destacando o primeiro fato. Um escândalo envolvendo um dos jogadores de futebol mais conhecidos do mundo garante assunto para muitos dias. A semana começou com uma entrevista exclusiva concedida à jornalista Patrícia Poeta em que Ronaldo jurou ser um homem de bem. A orientação sexual do Fenômeno passou a ser tema em mesas-redondas, humorísticos e programas de fofocas. As travestis acabaram prestando um novo depoimento, inocentando o jogador que parece contar com a simpatia de boa parte da mídia brasileira. Apesar da curiosidade que provoca, essa polêmica, em termos de interesse público, é absolutamente insignificante.

Já o segundo fato, é na verdade mais um capítulo de um caso que está sendo tratado como uma novela pela mídia brasileira. Diariamente, o assunto é atualizado com a divulgação de "novos" detalhes do inquérito. Na última quarta-feira, a saída do casal do prédio da família Jatobá interrompeu a transmissão do jogo do São Paulo pela Taça Libertadores na Rede Globo. Aliás, foi no momento da interrupção que saiu o gol são-paulino. A cansativa e exagerada cobertura desse crime informa até o que o casal come na prisão, como se esse tipo de informação fosse mudar o rumo das investigações.

E como a mídia reagiu ao terceiro fato? Ela simplesmente noticiou. O fazendeiro tinha sido condenado no primeiro julgamento a 30 anos. Como sua pena foi superior a 20 anos, foi julgado novamente, mas dessa vez o assassino da missionária assumiu sozinho a autoria do crime, levantando muitas suspeitas. No final, Vitalmiro foi absolvido por 5 votos a 2. Essa reviravolta mancha profundamente a imagem internacional da justiça brasileira, reforçando a idéia de país da impunidade. Mas a imprensa em geral não entendeu a gravidade. No dia seguinte, o caso Dorothy era apenas mais uma triste recordação, lembrada somente em datas especiais.

Esse comportamento da mídia diante desses três fatos demonstra que ela segue uma lógica de espetáculo em que prevalece sempre o fato com maior potencial de audiência e retorno comercial. Assim, o sentimento de indignação coletiva da sociedade brasileira, ora é inflamado, ora é canalizado, numa postura maniqueísta dos meios de comunicação.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Censura ou Regulamentação?

A propaganda de bebida alcoólica incentiva o consumo em crianças e adolescentes? O movimento Aliança Cidadã pelo Controle do Álcool acha que sim. O grupo lançou uma campanha que apóia a limitação da propaganda de bebidas alcoólicas ao horário entre às 6h e 21 horas. A iniciativa é encabeçada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e pela Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Paulo (Uniad - Unifesp).

Na contramão, a Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade) está veiculando um anúncio que inocenta a publicidade de cerveja e ainda acusa a restrição de censura. A ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) também lançou uma campanha que defende a propaganda responsável e a liberdade da comunicação.
Esse briga promete, afinal, se trata de um negócio milionário. Os empresários do setor e o mercado publicitário irão pressionar os deputados federais para que rejeitem o projeto de lei 2.733/2008 que restringe as propagandas de cervejas.

Os fabricantes de bebidas já ganharam um round. A medida provisória nº 415/08, que proibia a venda de bebidas alcoólicas nos bares e restaurantes à beira de estradas federais, foi modificada e agora permite a comercialização no perímetro urbano, mantendo a proibição apenas na zona rural.

Coincidência ou não, o fato é que
a proibição da propaganda de cigarro foi um dos motivos apontados pelos especialistas para a diminuição do número de fumantes no Brasil. No caso do álcool, a regulamentação vai garantir, no mínimo, que crianças e adolescentes não fiquem expostos aos persuasivos comerciais de cerveja. Ou alguém duvida do poder de convencimento do "brahmeiro" Zeca Pagodinho?