quinta-feira, 28 de maio de 2009

Uma homenagem à TV brasileira

Televisão
Compositor: Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Tony Bellotto

A televisão me deixou burro muito burro demais

agora todas as coisas que penso me parecem iguais

o sorvete me deixou gripado pelo resto da vida

agora toda noite que me deito é boa noite, querida

Ô Cridê fala pra mãe

que eu nunca li num livro

que o espirro fosse um vírus sem cura

e vê se me entende uma vez criatura

Ô Cridê fala pra mãe

A mãe diz pra eu fazer alguma coisa, mas eu não faço nada

a luz do sol me incomoda então deixo a cortina fechada

é que a televisão me deixou burro muito burro demais

agora vivo dentro desta jaula junto dos animais

Ô Cridê fala pra mãe

que tudo que a antena captar meu coração captura

e vê se me entende uma vez criatura

Ô Cridê fala pra mãe

terça-feira, 26 de maio de 2009

Internet vs. Mídia tradicional: Mudança sem retorno

Duas pesquisas divulgadas recentemente mostram, de forma inequívoca, a dimensão das mudanças que estão ocorrendo no "consumo" de mídia, tanto no Brasil como no mundo. Elas são tão rápidas e com implicações tão profundas que, às vezes, provocam reações inconformadas de empresários e/ou autoridades que revelam sérias dificuldades para compreender ou aceitar o que de fato está acontecendo no setor de comunicações.

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quinta-feira, 21 de maio de 2009

Fobias e teses numa 'experiência' cinematográfica

Se o objetivo de Filmefobia é escandalizar o público, o longa do diretor Kiko Goifman decepciona. Nada surpreende, mesmo com sadismo, cenas escatológicas e nus frontais. Misturando ficção e realidade, o filme retrata os bastidores de um falso documentário sobre as mais diferentes fobias humanas, entre elas, o medo de avião, de cobras, de pombos e de palhaços.

Jean-Claude Bernardet atua como o diretor do documentário que procura captar a angústia no olhar de cada fóbico. Ele defende a idéia de que a única imagem verdadeira é a de um ser humano em contato com a sua própria fobia, sem máscaras, nem defesas. Bernardet, que parece estar ficando cego, tenta entender ao longo da história as origens desses traumas numa conversa com o psicanalista Ariel Bogochvol.

No elenco do filme participam fóbicos reais, atores e atores que possuem fobias. O grupo que trabalha com o Bernardet na produção desse simulacro de documentário é formado pelos próprios profissionais do longa, como os responsáveis pela trilha musical, roteiro e fotografia. Filmefobia ainda conta com a participação especial de Zé do Caixão.

Talvez o único mérito de Filmefobia seja a inovação no formato, o que dificulta até sua classificação em termos de gênero. Kiko Goifman, que também atua no filme encarando sua fobia por sangue, confunde propositalmente o público, com sua lente documental e instantes de ficção.

Existem filmes que mais lembram teses acadêmicas do que cinema, Filmefobia é um exemplo dessa linha conceitual. No entanto, o júri do Festival de Brasília aprovou o hibridismo da obra de Goifman, uma vez que o longa conquistou quatro prêmios ano passado, incluindo de melhor filme e de melhor ator para Jean-Claude Bernardet.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O porta-voz da classe média

Publicado no Folha Online de 17 mai. de 2009

Folha tem a melhor imagem nas classes A e B de São Paulo

Entre os integrantes das classes A e B da Grande São Paulo, a Folha é citada como o jornal mais completo, mais influente, mais bonito e mais fácil de ler. É vista também, por pessoas que pertencem a esse grupo, como mais inovadora, mais completa e veículo de informações mais úteis para o dia a dia dos leitores.

Os dados acima fazem parte de uma pesquisa realizada sob encomenda da Folha pela Research International, uma das mais importantes e respeitadas consultorias do mundo.


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Particularmente, avalio que essa pesquisa só reflete o óbvio, ou seja, a Folha se pauta pelos assuntos que são de interesse do seu público alvo. É uma questão de mercado. Boa parte das classes A e B se identifica com a linha editorial do jornal que adota uma postura duramente crítica contra certos movimentos sociais e algumas reivindicações de grupos menos favorecidos.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Baixada Santista discute comunicação

É hora de mobilizar seu grupo ou entidade para discutir sobre os meios de comunicação. Aproveitem e vejam o vídeo produzido pelo Conselho Federal de Psicologia que trata do assunto: http://conferenciacombs.blogspot.com/2009/04/video-produzido-pelo-conselho-federal.html

terça-feira, 5 de maio de 2009

Pandemônio na mídia

Por Luciano Martins Costa

A cobertura da evolução da chamada gripe suína, que passou a ser classificada como gripe H1N1, virou um verdadeiro pandemônio. Depois de um início cauteloso, no qual, entre os jornais brasileiros, apenas O Globo saiu do tom, resvalando para o alarmismo, o que se vê nos últimos dias é a repetição de declarações e dados controversos.

Depois da desastrada cobertura da epidemia de dengue que atingiu o Rio de Janeiro no ano passado, quando a maioria dos jornais bateu cabeça enquanto o número de casos se avolumava até atingir 110 mil contaminados e uma centena de mortes, a imprensa parecia ter encontrado o tom.

A exceção continua sendo O Globo, que apenas na edição de segunda-feira (4/5) admitiu um texto mais ameno. Durante toda a semana, o jornal carioca vinha insistindo em apresentar um quadro que não era visível nos outros periódicos.

Como as fontes de informação são as mesmas agências internacionais de notícias, que, em primeira instância, têm como fonte principal a Organização Mundial de Saúde, fica difícil entender tamanha variação na interpretação dos dados.

Onda de pânico - Inicialmente, seguindo as informações oficiais, os jornais cravaram a certeza de que a gripe havia provocado 150 mortes no México. Somente depois que as equipes da OMS chegaram à região onde supostamente se originou o surto constatou-se que, na verdade, não se poderia afirmar que a doença tenha provocado mais do que oito casos fatais.

Até hoje, faz falta nos jornais um perfil da população mais afetada, para que o leitor brasileiro possa fazer ponderações com as suas próprias condições de vida e avaliar o tamanho do risco que corre de ser contaminado.

No último trimestre de 2008, o noticiário sobre uma suposta epidemia de febre amarela levou milhares de pessoas a buscar a vacinação, tendo ocorrido até mesmo alguns casos de inoculações repetidas que provocaram mortes. Nem mesmo as sucessivas declarações de autoridades sanitárias puderam conter a onda de pânico que se alastrou por algumas cidades. Os jornalistas parecem ter aprendido a lição. Mas nem todos.
(Publicado em 5 de maio de 2009 no Observatório da Imprensa)

sábado, 2 de maio de 2009

A fraude e o direito de resposta

O STF (Superior Tribunal Federal) revoga a Lei de Imprensa, criada na época da ditadura. Agora jornalistas acusados de calúnia, difamação ou injúria ficam submetidos aos artigos dos códigos Penal e Civil. Em linhas gerais, nenhum repórter pode ser mais preso por publicar informações inverídicas ou que atentem contra a honra de uma pessoa. Revogada a Lei de Imprensa, faltou regulamentar o direito de resposta.

Coincidentemente, essa semana o jornal Folha de S. Paulo admitiu que errou ao publicar uma ficha policial falsa da ministra da Casa Civil Dilma Roussef. O pior é que o veículo se baseou num spam que já vinha circulando há meses na internet na tentativa de vender à opinião pública a acusação de que Dilma era uma terrorista perigosa que planejava seqüestros.

A liberdade de expressão é um bem inegociável, mas em nome disso, a imprensa não pode publicar o que quiser, sendo irresponsável como nesse caso da ficha manipulada. Não adianta a Folha só confessar que cometeu um equívoco, ela deveria publicar na íntegra a carta enviada pela ministra Dilma ao ombudsman do jornal. A retratação precisa ser proporcional ao estrago causado pela fraude.

Resquício dos tempos de chumbo, a Lei de Imprensa deveria ser revista, mas o direito de resposta é uma garantia constitucional assegurada a qualquer cidadão caluniado injustamente. Sem ele, outros escândalos como esse envolvendo a ministra voltarão a acontecer. A Folha é especialista nisso, principalmente quando quer derrubar uma possível candidata.

Confiram a carta não publicada:
http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2009/04/29/a-carta-que-nao-foi-publicada/