terça-feira, 21 de julho de 2009

Uma pedagogia diferente


O crítico de cinema David Gilmour estava em crise. Sem trabalho fixo, com dificuldades financeiras e o filho Jesse enfrentando problemas na escola. Com tempo de sobra, Gilmour propõe então algo inusitado – o garoto poderia parar de estudar, desde que assistisse semanalmente a três filmes selecionados previamente pelo pai. Juntos eles formam o clube do filme que mudaria suas vidas para sempre.

Os filmes suscitam longas conversas sobre futuro, amizade, mulheres, trabalho, além é claro, sobre a sétima arte. Durante as sessões, Gilmour e Jesse acabam estabelecendo uma grande relação de cumplicidade. O crítico sofre com os conflitos do jovem e tenta ajudá-lo contando sobre suas próprias frustrações. O clube do filme funciona não como dever de casa, mas como um momento único entre pai e filho.

Para os cinéfilos, O Clube do Filme é um excelente roteiro para locação. Pai e filho comentam desde clássicos como O Poderoso Chefão (1972) e A Felicidade não se compra (1946) até filmes considerados grandes fracassos como Showgirls (1995). A seleção dos longas variava entre tesouros enterrados e títulos em que o ator roubava a cena.

Numa passagem do livro, Gilmour comenta como a tarefa de indicar filmes é um negócio complexo (o que eu concordo plenamente). “De certa forma, é algo tão revelador quanto escrever uma carta para alguém. Mostra como você pensa, aquilo que o motiva, e algumas vezes pode mostrar como você acha que o mundo o enxerga”.


quarta-feira, 15 de julho de 2009

A era da inteligência coletiva

Os avanços tecnológicos estão transformando a sociedade, em especial o processo educacional. Atualmente, o professor não tem mais a exclusividade na transmissão do conhecimento. Com a internet, todo mundo ganhou voz e se sente um pouco educador, capaz de compartilhar informações e reelaborar discursos.

Na era da cibercultura, a informação é horizontalizada entre as pessoas. Assim, há maiores possibilidades de desenvolver o que chamamos de inteligência coletiva, um saber construído de forma colaborativa, em que todos podem participam ativamente. Hoje, só fica na condição de espectador quem ainda não se apoderou das novas tecnologias.

Um exemplo dessa nova realidade são ferramentas wikis que permitem aos usuários tanto o acesso quanto a geração de informações e documentos. Não é necessário know-how para a edição de conteúdo. Cientistas, jornalistas e estudantes, todos podem contribuir com esse processo de construção. A enciclopédia virtual Wipédia é uma importante ferramenta de pesquisa cooperativa, apesar da falta de confiabilidade de alguns dados ali disponíveis.

A inteligência coletiva rompe com os padrões hierárquicos do pensamento intelectual. O cidadão pode construir seu entendimento a partir de debates na rede, sites especializados ou portais governamentais. Os entitulados formadores de opinião já não possuem a primazia da informação. Eles agora dividem espaço com novos protagonistas que exercem plenamente o direito à comunicação.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Por que participar da I Conferência Nacional de Comunicação?

Texto da Comissão Estadual Pró-Conferência na Bahia

Ei você aí! Aposto que você sabe o papel dos meios de comunicações no mundo atual. É só pensar na importância que os membros da sua família dão para assistir TV, ouvir rádio, navegar na internet, utilizar o celular ou ler livros, jornais e revistas. Pois é, boa parte das nossas relações sociais, educação, posições e gostos têm interferência da mídia. Mas no Brasil não habituamos a pensar a comunicação como direito de todos e todas. Vivemos numa terra”sem lei” na qual as decisões neste setor estão entregues basicamente aos políticos herdeiros dos coronéis e grandes empresários.

Alguns temas fundamentais

Pela primeira vez teremos um ambiente no qual os setores populares da sociedade podem participar na elaboração de políticas públicas de comunicações e a pretensão é tocar em temas espinhosos para os donos da mídia.

* Formação de Sistema Público de Comunicação com gestão participativa;
* Mecanismos de transparência e participação popular nas concessões de Rádio e TV;
* Controle social para os veículos que desrespeitam os direitos humanos;
* Combater a criminalização das rádios comunitárias e livres;
* Proteger a comunicação da interferência do poder político e religioso;
* Universalizar o acesso ao computador e banda larga na internet;
* Baratear as tarifas telefônicas, livros, jornais e revistas;
* Adequar a educação as novas tecnologias da comunicação e leitura crítica dos meios;
* Valorizar a diversidade étnico e racial nos meios de comunicação;
* Proteger e difundir a produção regional e independente;
* Liberdade e privacidade na internet associada ao compartilhamento de arquivos.

A trajetória da Conferência

A batalha pela I Conferência Nacional de Comunicação foi dura, o Ministro das Comunicações, Hélio Costa, se negava a convocar, ele é aliado histórico da Rede Globo e proprietário de rádio FM em Minas Gerais. A pressão social foi tanta que o presidente Lula passou por cima do Ministro e convocou a Conferência em pleno Fórum Social Mundial em Belém do Pará.

Para participar da Comissão Baixada Santista Pró-Conferência Nacional de Comunicação é só mandar e-mail para conferenciacombs@gmail.com. Mobilize seu grupo ou entidade para discutir sobre a mídia que temos e a que queremos.

Mais Informações: http://baixadasantista.proconferenciasp.org