domingo, 27 de novembro de 2011

Caminhos da Reportagem discute Publicidade Infantil


O Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, apresenta neste vídeo o programa Publicidade Infantil, vencedor do prêmio Imprensa Embratel 2011. A edição mostra como governo, empresários e sociedade civil estão trabalhando para ter uma propaganda mais ética.

Com os estímulos que vêm de todas as partes, TV, rádio, revistas e internet, crianças escolhem desde carros até alimentos. O programa ouviu crianças, publicitários, pais, educadores e especialistas de várias áreas da saúde para discutir o comportamento infantil e os limites do consumo.

Um ótimo subsídio para reflexão sobre o tema.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um exemplo de matéria "isenta"




Podem falar que se trata de mania de perseguição ou de teoria conspiratória, mas assistindo a uma matéria sobre as cotas raciais no Jornal da Globo, fica evidente como ela é enquadrada para parecer objetiva e imparcial, mesmo que, de forma sutil, apresente uma tese que alerta para os riscos dessa ação afirmativa nas universidades.  

Aparentemente, a reportagem obedece a todos os princípios jornalísticos, escutando os dois lados da questão. Mas, dos quatro entrevistados, apenas a ministra da secretaria de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Barros, defende de fato as cotas raciais. “Elas são um instrumento de política pública bastante poderoso, para produzir inclusão em alguns espaços, isso foi provado com a questão do acesso ao ensino superior”, disse a ministra.

A segunda entrevistada é a procuradora de Justiça, Roberta Kaufmann, que defende as cotas sociais como ação afirmativa para inserir o negro no ensino superior. Ela ainda alerta para o “perigo” da racialiazação do país com as cotas raciais. É bom lembrar que a procuradora é a mesma que, a serviço do DEM, ajuizou uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o sistema de cotas raciais da Universidade de Brasília (UnB). Nela, o partido pede que essas ações afirmativas sejam declaradas inconstitucionais.

O terceiro entrevistado é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que disse apoiar as cotas, mesmo sem especificar a modalidade. O detalhe é que o repórter enfatiza: “FHC defendeu as cotas, mas fez uma ressalva importante”. No entanto, a fala do tucano contraria esse suposto apoio às cotas raciais:

“Sou a favor, acho que temos que discutir a maneira de aplicar essas cotas porque não é aceitável tribunais raciais. Quem é que vai saber se esse é branco, esse é mulato. No Brasil isso não cabe. Nos Estados Unidos é pelo sangue. Aqui não é. Pela aparência, aparência é tão variável. Então precisa tomar cuidado”.

Continuando a matéria, o repórter fala que alguns líderes do movimento negro acham que é preciso mais tempo para avaliar definitivamente a eficácia das cotas. Fabiano Dias Monteiro, sociólogo e ex-coordenador do Disque Racismo/RJ, assim como Roberta Kaufmann e FHC, reforça a ideia de que as cotas raciais podem provocar a racialização do país:

“Acho que precisamos de mais tempo e de mais discussão social para poder perceber qual seu nível de eficácia e quais são os riscos principalmente no sentido de produzir ou não uma sociedade racializada”. O interessante no depoimento de Monteiro é que ele é considerado uma liderança do ativismo negro que questiona as cotas raciais.

Nem precisa estudar teorias da comunicação, para enxergar a seleção de falas e o tratamento que a matéria recebe a fim de comprovar a tese de que as cotas raciais são uma política deste governo, sem respaldo junto à opinião pública e que não encontra consenso nem entre os membros do movimento negro.

Outro aspecto importante é que o diretor da Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel, é autor do livro Não Somos Racistas em que ele defende a tese da democracia racial e contesta a validade das cotas raciais. Não posso esquecer também de mencionar o fato de que tanto Kamel quanto Roberta fazem parte do Instituto Millenium, entidade mantida pelos grupos de comunicação Abril e Globo, que, segundo informação do próprio site, pretende “atingir a opinião pública conscientizando-a sobre os valores que considera primordiais para o fortalecimento da democracia e para o desenvolvimento do país”.

A mídia é uma importante voz no debate público, porém, não podemos ser ingênuos para pensar que ela se comporta como “campo neutro”. Independente de ser a favor ou contra as cotas raciais nas universidades, seria interessante se a sociedade entendesse a lógica que norteia o jornalismo brasileiro, que pretende parecer isento, mas, na verdade, tem um lado. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Crime de Imprensa: o lado oculto das eleições de 2010


Informações do site da Plena Editorial

Crime de Imprensa é o primeiro livro a mostrar, na história das eleições, como se comporta a mídia corporativa antipopular e atrelada a interesses que não coincidem com a vontade do povo. Uma mídia que não hesita em usar os mesmos métodos do inescrupuloso magnata das comunicações Rudolph Murdoch. Em tom de sátira, Palmério Dória e Mylton Severiano transmitem a perplexidade das pessoas lúcidas deste País não só com a cobertura jornalística falsamente “isenta” das campanhas eleitorais, mas também com a posição dos grandes veículos de comunicação diante de outros episódios da vida brasileira.

Crime de Imprensa é o segundo volume de uma trilogia dedicada a expor mazelas do comportamento brasileiro (o terceiro está em preparo). O primeiro, Honoráveis Bandidos, um retrato do Brasil na Era Sarney, tornou-se inédito sucesso do jornalismo político: vendeu mais de 100 mil exemplares só nos três primeiros meses após o lançamento (setembro de 2009, Geração Editorial); Crime de Imprensa, pela editora Plena, mostra agora como boa parte dos empresários da mídia usa seus veículos mais como pontas-de-lança para fazer negócios do que para defender os interesses de nossa gente. Diziam os latinos que o riso corrige os costumes. Os dois jornalistas não perdem o bom humor e, amparados em fatos, não mais que fatos, da narrativa fazem divertido meio para você se informar melhor sobre bandalheiras midiáticas nacionais. Eis como um crime pode compensar: Crime de Imprensa, o livro.

Serviço:
Lançamento do livro Crime de Imprensa
Quarta, 30 de Novembro de 2011
Horário: 19h30
Local: Escola de Comunicações e Artes (ECA/USP)
Auditório do Depto. de Jornalismo e Editoração
Cidade Universitária

sábado, 12 de novembro de 2011

Estudantes da ECA/USP condenam anti-jornalismo

Foto: Sérgio Nóbrega

Moção de repúdio à cobertura da imprensa sobre o movimento estudantil
Nós, estudantes de Comunicações e Artes da ECA/USP viemos explicitar o nosso repúdio à maneira como a imprensa hegemônica tem exposto os acontecimentos recentes no campus da USP.
Estamos constrangidos com a maneira preguiçosa e irresponsável como a imprensa e a televisão têm feito seu trabalho, limitando-se a vender o espetáculo originário de uma cobertura superficial e pautada no senso comum. Entendemos as comunicações e as artes como agentes essenciais na conscientização e na transformação da sociedade. Para isso, o jornalismo não pode ser um mero reprodutor de discursos circulantes, mas sim um instigador de debates e inquietações.
Aquilo a que assistimos recentemente foi uma reprodução incansável de estereótipos, que só serviram para manipular a opinião pública contra as lutas que são primordiais dentro do campus. Como estudantes de universidade pública, é também nosso papel questionar a maneira como a mídia trata os movimentos sociais, principalmente como ela tem tratado o movimento estudantil. Buscar entender as raízes do problema exige apuração minuciosa, princípio básico do jornalismo. Posições existem, mas elas não podem ocultar ou distorcer fatos.
O nome do que está sendo praticado é anti-jornalismo. A sociedade não financia a nossa formação para sermos profissionais como esses.
* O signatário deste blog apoia a moção

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

1ª Semana Viva Zumbi

Clique na figura para visualizar no tamanho original

Confira a programação completa:
Local: Estação da Cidadania de Santos
Avenida Ana Costa, 340 - Campo Grande - Santos/SP (próximo ao Supermercado Extra)
Tema: Histórias de Famílias Negras
Comemoração a 20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra
17/ nov. (quinta-feira) – Abertura (mestre de cerimônia Augusta de França Oliveira)
19 horas – Apresentação Etnias: Canto dos Povos, do Grupo Vozes (Coral do Sindicato dos Bancários de Santos e Região)

19h30 – Mesa-redonda “Cobertura de Raça e Etnia na Imprensa”
Convidados: jornalista e prof. de Jornalismo e História Me. Marcus Vinicius Batista e jornalista Vera Lúcia Oscar Alves da Silva
Mediação: jornalista e membro do Fórum da Cidadania Cidinha Santos

18/ nov. (sexta-feira)

19 horas – Roda Literária – “Literatura Afro”
Convidados: Esmeralda Ribeiro, fundadora do Quilombhoje, de São Paulo; Bruno Lopes Marques, mestrando em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), em Literatura Africana
Mediação: professor de Literatura e membro do Fórum da Cidadania Léo de Oliveira

19 / nov(sábado)

15 horas – Vídeo Debate “Família Alcântara” – quilombo do Maranhão, história de afrodescentes
Debatedor: professor de Literatura e membro do Fórum da Cidadania Léo de Oliveira
Convidados: graduandos do curso de História da Universidade Católica de Santos (UniSantos), Cristiano Bueno e Odair José Pereira

(Trabalhos de Conclusão de Curso sobre Teoria Raciais no Brasil no Início do Século XIX e A Herança Negra nas Escolas de Samba de Santos na Década de 50)

Mediação: Vinícius Mauricio, membro do Fórum da Cidadania

16h30 – Ciclo de conversa sobre Famílias Quilombolas do Vale do Ribeira: Seus Costumes e Tradições
Convidada: professora e doutora Mary Francisco do Careno

18 horas – Abertura da Mostra “Histórias de Famílias Negras”
Retratos, documentos, objetos antigos e memórias que constituem a herança do povo negro (espaço aberto para colaboração voluntária na montagem da Mostra, até o dia 15 de novembro)

18h30 – Apresentação de Carimbó (dança típica indígena e negra), com o Grupo Projeto Karibu (crianças de 5 a 12 anos).

Coreógrafa: Thaís de Almeida
19 horas – Roda de conversa “Histórias de Famílias: Relatos, contos e memórias”

Breve leitura de histórico sobre o ferroviário Manoel Francisco da Cunha – por Augusta de França oliveira (neta)

19h30 – Mesa redonda “Histórias de Famílias: Relatos, contos e memórias”

Convidados: Benvindo Alves (106 anos) e Ana Alves da Silva (filha); Roberto Teles de Oliveira, o Mestre Sombra (capoeirista); Jasson Leonídio dos Santos (ambientalista) e Nadir de Souza Brito (assistente social)
Debatedora: professora e Mestre Edna Gobetti (especialista em Antropologia)
Mediação: jornalista e membro do Fórum da Cidadania Cidinha Santos e Vinícius Mauricio

21 horas – Confraternização “Viva Zumbi dos Palmares”


Retirado do site do Fórum da Cidadania de Santos