sábado, 4 de junho de 2011

Destinos cruzados


A vida é feita de encontros e desencontros. Previstos ou inusitados. O filme Não se pode viver sem amor, de Jorge Durán, se alimenta dessa máxima para contar uma história cheia de reviravoltas, melancolia e realismo fantástico. É dia 23 de dezembro, pessoas desconhecidas terão seus caminhos entrelaçados para sempre, como num conto de fadas.

Gabriel (Victor Navega Motta) e Roseli (Simone Spoladore) chegam ao Rio de Janeiro para encontrar o pai do menino, que os abandonou há algum tempo. Essa busca revelará que Gabriel é uma criança diferente, que parece antever os acontecimentos. O olhar perdido do garoto é como a janela da alma.

João (Cauã Reymond), advogado desempregado namora a misteriosa dançarina de boate, Gilda (Fabiula Nascimento). Os dois vivem uma relação conflituosa, em que a falta de perspectiva vai consumindo o amor do casal. Gilda sonha em mudar de vida e, por isso, exige que o namorado consiga dinheiro de qualquer modo.  Desesperado, o jovem vai se envolver com algo perigoso que mudará a vida de todos.

Pedro (Ângelo Antônio), pesquisador universitário, não sabe se aceita a bolsa de estudos e viaja para o exterior ou fica com sua namorada. Ele ainda precisa cuidar de seu pai, um taxista que anda doente. Indeciso, o acadêmico esquecerá seus problemas quando seu destino cruzar com estranhos na antevéspera do Natal.

Os personagens de Não se pode viver sem amor estão à procura de respostas para as suas angústias. Os sentimentos estão à flor da pele. Todos querem encontrar essa tal felicidade. Eles terão que aprender a cultivar a esperança, mesmo diante dos problemas do cotidiano. E, juntos, precisam continuar acreditando que só o amor pode transformar a vida pra valer.

O elenco está afinado, com destaque para Simone Spoladore e o garoto Victor Navega Motta. Ângelo Antônio como sempre está muito bem. Alías, a cena do banho de chuva entre os três é uma boa amostra dessa sintonia. Cauã interpreta um personagem muito parecido ao que viveu em Se Nada Mais Der Certo (2008). Já está ficando marcado por este tipo de papel.

Dúran, que dirigiu Proibido Proibir (2007), aposta num drama onde tudo é possível, em que a realidade não aprisiona e a imaginação ganha asas. Até a cidade do Rio de Janeiro é mostrada sob um olhar bucólico. Não se pode viver sem amor é um filme para gente de mente aberta, que causa estranhamento para quem não embarcar na história. 

2 comentários:

Bruna M. disse...

É,o seu post me deixou curiosa sobre o filme. Agora só assistindo mesmo.

Bjo ;)

Paulo Cheng disse...

Como o cinema nacional vive um momento bom de uns anos pra cá, então acho que esse filme vale à pena ser visto, e o roteiro parece ser muito bom. Valeu pela dica, e gostei do teu blog, muito bom, parabéns.