sábado, 11 de junho de 2011

A era dos dataholics


Vivemos num mundo intensivamente midiatizado em que jornal, rádio, TV e internet se retroalimentam. Parece que não conseguimos mais viver sem ter acesso às últimas novidades. E o mais intrigante é que, mesmo mais sintonizados, temos a sensação de estarmos desatualizados. Os fatos surgem, repercutem e são esquecidos numa velocidade cada vez mais rápida. Esse processo opressor é responsável pelo crescimento dos chamados dataholics, indivíduos viciados em notícias.

Graças à convergência midiática, TV, rádio e internet estão no celular, facilitando o acesso dos dataholics às informações mais recentes. Esse indivíduo passa o dia todo conectado, no trabalho, na faculdade, no metrô, enfim, em todo lugar. E quando chega em casa ainda liga a TV ou mesmo o computador para se atualizar antes de dormir, sendo que muitas das notícias são as mesmas que ele teve acesso durante o dia. A busca por novidades ocorre de modo frenético.

Segundo pesquisa da agência Giovanni+DraftFCB, divulgada ano passado, os dataholics são, em geral, os mais jovens. Conectados à internet, eles dominam as ferramentas de comunicação e estão sempre buscando mais novidades. Não se perdoam por não saber o que está acontecendo, não importando a relevância do fato.

A necessidade de estar atualizado é uma panacéia promovida pela própria mídia. Estar desinformado significa exclusão, como se o indivíduo estivesse fora do mesmo microcosmo dos altamente informados. No entanto, o que preocupa nos dataholics é o tempo que destinam para acompanhar as últimas notícias, os vídeos que “bombam” na internet ou os assuntos mais comentados no twitter.

Toda essa atualização não quer dizer mais conhecimento, pelo contrário, no afã de não perder nada, os dataholics não conseguem refletir a respeito do conteúdo que consomem. A informação é importante, mas devemos nos tornar seletivos nesse sentido. Seja material noticioso ou de entretenimento, nem tudo precisa ser acessado. Informação em excesso e sem criticidade não passa de saturação, sintoma típico da pós-modernidade e dos dataholics.

4 comentários:

Ygor disse...

Eu confesso q sou tipo um dataholic, só q à moda antiga, no bom e velho rádio rsrs. Concordo plenamente qd vc diz q a saturação de informação sem crítica é danosa. Acredito que devido ao fato desse fenomeno advir principalmente da expansao da internet, as informações, por serem muito dinâmicas e numerosas, acabam se tornando fugazes. Daí a necessidade de filtrarmos melhor o q consumimos da mídia, para não nos saturarmos de informações menos relevantes

Aline Monteiro disse...

Acredito que muitos nem percebem que parte da ansiedade que sentem durante o dia é por causa dessa busca de "informação". #punk

Michel Carvalho disse...

Concordo com os comentários. Temos que arranjar um tempo para desfocar dessa enxurrada de notícias... Nem tudo é realmente importante...A coisa começa a ficar pior quando vc fica toda hora apertando a tecla F5, atualizando a página. Esse é um sintoma grave......aahuahua

#punkaocubo

felipe leon schosler disse...

Essa necessidade de informação a todo momento ja praticamente faz parte do mundo . Me sinto mal se não entro na internet e quando não estou interado de algum assunto...
seguindo seu blog , segue o meu
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