Vencedor de sete prêmios no XV Cine-PE, incluindo melhor filme, Estamos Juntos, de Toni Venturi questiona se o medo torna as pessoas mais egoístas. O longa conta a história da médica residente Carmem (Leandra Leal), que tenta se equilibrar entre trabalho, estudo e a solidão, tão típica das grandes cidades, como São Paulo.
Quem tenta anima a rotina da jovem médica é o amigo Murilo (Cauã Reymond), DJ que só pensa em cair na balada. A amizade dos dois é colocada em xeque quando surge Juan (Nazareno Casero), um sedutor músico argentino, que acaba mexendo com os sentimentos tanto de Carmem quanto de Murilo.
Mas Carmem ainda guarda um segredo – a estranha relação que vive com um misterioso rapaz (Lee Taylor). Ele está sempre ao lado da residente, como se fosse um anjo da guarda. Mas a vida da residente médica muda pra valer quando ela começa a apresentar sintomas de uma grave doença. Falta de concentração, desmaios e dores crônicas colocam em risco a carreira da promissora médica, que resiste a ideia de estar doente.
Neste momento, Elisa (Debora Duboc), enfermeira que trabalha com Carmem no hospital, convida a residente para ser voluntária no Movimento Sem Teto do Centro (MSTC), entidade que ocupa prédios abandonados para abrigar famílias carentes. Lá, a médica conhece Leonora (Dira Paes), a líder do grupo, e o casal Nadinho (Sidney Santiago) e Maria (Erika Ribeiro). O trabalho no MSTC, a amizade abalada com Murilo, a paixão por Juan e a piora de sua doença deixam Carmem no limite de suas forças.
O longa de Toni Venturi (Cabra-Cega e Latitude Zero) conta com excelentes atuações, particularmente Leandra Leal, que, mais uma vez, mostra que a TV ainda não lhe fez justiça. A atriz encarna as angústias de Carmem com maestria, como se as sentisse na pele realmente. Cauã faz um gay sem caricatura. Nazareno Casero e Lee Taylor são gratas surpresas.
Estamos juntos mostra que é possível se sentir sozinho mesmo convivendo com as pessoas. Paradoxalmente, o filme discute a ideia de sociedade em rede, em que todos estamos, de alguma maneira, conectados, e assim, somos corresponsáveis uns pelos outros. Outra atração é a cidade de São Paulo, mostrada não apenas como cenário, mas como se fosse um personagem vivo da história. A Estação da Luz, o Centro, os viadutos, o caos do trânsito, todo o DNA da capital paulistana, que acolhe ao mesmo tempo que afugenta.
3 comentários:
Que descrição massa! O trailer instiga a assistirmos o filme, muito interessante. A Leandra Leal certamente vai dar um show, uma ótima atriz que é pouco reconhecida.
Vou aguardar a estreia
Valeu a dica
Está em exibição em São Paulo no Artplex Unibanco no Frei Caneca
Ainda não assisti, mas me interessei muito, ainda mais agora com sua postagem!! Abraço
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