Segue um trecho da coluna do jornalista Ricardo Kotscho
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(...) Não sei quem teve a idéia numa reunião com Octavio Frias de Oliveira, mas o dono do jornal a aprovou no ato: cada repórter deveria escrever um artigo para a edição dominical da semana anterior à eleição, informando em quem iria votar e por quais motivos.
Os principais jornais norte-americanos já adotavam esta prática havia muito tempo, declarando apoio explícito a um ou outro candidato, mas aqui no Brasil foi um espanto. Apesar da minha declaração de voto, Lula ficaria em terceiro ou quarto lugar(*). Jornalistas não são tão influentes, como muitas vezes pensam os chamados formadores de opinião, mas também têm o direito de revelar suas preferências a exemplo de qualquer cidadão.
A duas semanas das eleições municipais de 2008, os repórteres já não sofrem tantas pressões e cobranças como no tempo dos “luas pretas”(**). A democracia faz parte da nossa rotina e não há motivos para fazer de conta que somos apartidários, imparciais, neutros, meros observadores da campanha que entra em sua reta final. (...)
Os principais jornais norte-americanos já adotavam esta prática havia muito tempo, declarando apoio explícito a um ou outro candidato, mas aqui no Brasil foi um espanto. Apesar da minha declaração de voto, Lula ficaria em terceiro ou quarto lugar(*). Jornalistas não são tão influentes, como muitas vezes pensam os chamados formadores de opinião, mas também têm o direito de revelar suas preferências a exemplo de qualquer cidadão.
A duas semanas das eleições municipais de 2008, os repórteres já não sofrem tantas pressões e cobranças como no tempo dos “luas pretas”(**). A democracia faz parte da nossa rotina e não há motivos para fazer de conta que somos apartidários, imparciais, neutros, meros observadores da campanha que entra em sua reta final. (...)
(*) eleições para governador de 82 (**) marqueteiros
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A isenção jornalística é um princípio bastante proclamado pelos órgãos de imprensa, porém, impossível de ser alcançado. Para o público, é melhor conhecer o voto de um jornalista de maneira transparente do que ver matérias aparentamente informativas e imparciais, mas que nas entrelinhas estão direcionadas para favorecer ou prejudicar determinado candidato.
O processo democrático brasileiro precisa avançar nesse sentido. O jornalista, com seu posicionamento político devidamente manifestado, só não pode ser panfletário no veículo em que trabalha. Fica aí o exemplo do bom e velho Kotscho, petista que vota no PSDB.
Um comentário:
Acho que o local de trabalho não é o local correto para manifestações pessoais. Sendo o voto "secreto" e uma escolha pessoal e tendo ainda hoje o jornalista um peso na opinião das pessoas, acredito que este profissional pode se manifestar em blogs, sites,etc... mas não no veículo de informação do seu trabalho, no jornal !!
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