Nos últimos anos, a agenda ambiental vem ganhando espaço na pauta da mídia. Mas questões como desenvolvimento sustentável, consumo consciente, aquecimento global, desmatamento, entre outras, estão sendo devidamente abordadas? O que se observa é que o tratamento da imprensa sobre esses assuntos oscila entre o alarmismo, a superficialidade e a falta de contextualização.
Um exemplo disso ocorre geralmente quando os números do desmatamento na Amazônia são divulgados, o espectador em casa não sabe dimensionar o impacto dos índices apresentados. Além disso, é preciso informar que nem todo corte de madeira é simplesmente devastação. Para evitar controvérsias, a mídia deve confrontar os dados oficiais com os das entidades não governamentais.
Aliás, o debate na mídia em relação às questões ambientais é dominado pela visão dos técnicos e dos políticos. É preciso ampliar a discussão, escutando ativistas, comunidades locais, trabalhadores rurais, fazendeiros, índios, enfim, todas as partes interessadas.
Alguns fatos recentes, como a polêmica da transposição do Rio São Francisco e a batalha judicial da reserva Raposa/Serra do Sol, mostram que a imprensa faz questão de ressaltar o lado sensacionalista da situação. Do ponto de vista jornalístico, é natural retratar a greve de fome do bispo, mas a ênfase deveria ser na análise do projeto.
Os meios de comunicação podem contribuir efetivamente com a causa sustentável, basta abrir espaço para a educação ambiental em seus veículos, mobilizando dessa forma os cidadãos para a coleta seletiva do lixo, a manutenção de áreas verdes, a busca de formas alternativas de energia, o uso racional dos recursos não-renováveis, entre outras ações positivas com o planeta.
O meio ambiente deve ser pauta obrigatória na mídia e não apenas lembrado em datas especiais, como no "singelo" dia da árvore.
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