sábado, 22 de novembro de 2008

Um thriller à brasileira

Vingança, do diretor e roteirista Paulo Pons, mostra como fazer cinema com pouco dinheiro no Brasil. Com um modesto orçamento de R$ 80 mil, o longa é uma boa opção frente aos blockbusters. Câmera nervosa, história intrigante e elenco afinado são elementos que minimizam qualquer problema de produção.

A história começa numa cidade do interior do Rio Grande do Sul onde a jovem Camila (Barbara Borges) é violentada. Ela é uma lembrança viva na cabeça de Miguel (Erom Cordeiro), um enigmático rapaz que chega ao Rio de Janeiro e inicia um relacão inusitada com a espevitada Cris (Branca Messina), irmã de Bruno (Marcio Kieling), que passa férias na capital carioca e guarda um grande segrado.

As atuações dos protagonistas surpreendem. Erom se destaca pelo olhar melancólico e misterioso. Branca por sua naturalidade e doçura. Já Bárbara, convence em suas cenas de intensa dramaticidade. José de Abreu faz uma pequena, mas marcante participação como o pai da menina estrupada. Um legítimo gaúcho, querendo lavar a honra da filha com sangue.

Se Vingança tem uma trama envolvente e bem construída, o desfecho é um pouco frustrante, mas não a ponto de comprometer o filme. Alternando momentos de suspense e de sonolência, o longa está seguramente entre as melhores produções nacionais do ano, justificando a indicação ao Festival de Gramado.

Vingança é fruto do programa Pax/Riofilme para longas de baixo orçamento que prevê a realização de mais três trabalhos. Mas pouco dinheiro significa dificuldades com divulgação. Lançado somente em 12 salas de exibição, o filme de Paulo Pons conta apenas com a propaganda boca-a-boca e a internet para levar o público ao cinema.

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