Por Luciano Martins Costa
A cobertura da evolução da chamada gripe suína, que passou a ser classificada como gripe H1N1, virou um verdadeiro pandemônio. Depois de um início cauteloso, no qual, entre os jornais brasileiros, apenas O Globo saiu do tom, resvalando para o alarmismo, o que se vê nos últimos dias é a repetição de declarações e dados controversos.
Depois da desastrada cobertura da epidemia de dengue que atingiu o Rio de Janeiro no ano passado, quando a maioria dos jornais bateu cabeça enquanto o número de casos se avolumava até atingir 110 mil contaminados e uma centena de mortes, a imprensa parecia ter encontrado o tom.
A exceção continua sendo O Globo, que apenas na edição de segunda-feira (4/5) admitiu um texto mais ameno. Durante toda a semana, o jornal carioca vinha insistindo em apresentar um quadro que não era visível nos outros periódicos.
Como as fontes de informação são as mesmas agências internacionais de notícias, que, em primeira instância, têm como fonte principal a Organização Mundial de Saúde, fica difícil entender tamanha variação na interpretação dos dados.
Onda de pânico - Inicialmente, seguindo as informações oficiais, os jornais cravaram a certeza de que a gripe havia provocado 150 mortes no México. Somente depois que as equipes da OMS chegaram à região onde supostamente se originou o surto constatou-se que, na verdade, não se poderia afirmar que a doença tenha provocado mais do que oito casos fatais.
Até hoje, faz falta nos jornais um perfil da população mais afetada, para que o leitor brasileiro possa fazer ponderações com as suas próprias condições de vida e avaliar o tamanho do risco que corre de ser contaminado.
No último trimestre de 2008, o noticiário sobre uma suposta epidemia de febre amarela levou milhares de pessoas a buscar a vacinação, tendo ocorrido até mesmo alguns casos de inoculações repetidas que provocaram mortes. Nem mesmo as sucessivas declarações de autoridades sanitárias puderam conter a onda de pânico que se alastrou por algumas cidades. Os jornalistas parecem ter aprendido a lição. Mas nem todos.
(Publicado em 5 de maio de 2009 no Observatório da Imprensa)
A cobertura da evolução da chamada gripe suína, que passou a ser classificada como gripe H1N1, virou um verdadeiro pandemônio. Depois de um início cauteloso, no qual, entre os jornais brasileiros, apenas O Globo saiu do tom, resvalando para o alarmismo, o que se vê nos últimos dias é a repetição de declarações e dados controversos.
Depois da desastrada cobertura da epidemia de dengue que atingiu o Rio de Janeiro no ano passado, quando a maioria dos jornais bateu cabeça enquanto o número de casos se avolumava até atingir 110 mil contaminados e uma centena de mortes, a imprensa parecia ter encontrado o tom.
A exceção continua sendo O Globo, que apenas na edição de segunda-feira (4/5) admitiu um texto mais ameno. Durante toda a semana, o jornal carioca vinha insistindo em apresentar um quadro que não era visível nos outros periódicos.
Como as fontes de informação são as mesmas agências internacionais de notícias, que, em primeira instância, têm como fonte principal a Organização Mundial de Saúde, fica difícil entender tamanha variação na interpretação dos dados.
Onda de pânico - Inicialmente, seguindo as informações oficiais, os jornais cravaram a certeza de que a gripe havia provocado 150 mortes no México. Somente depois que as equipes da OMS chegaram à região onde supostamente se originou o surto constatou-se que, na verdade, não se poderia afirmar que a doença tenha provocado mais do que oito casos fatais.
Até hoje, faz falta nos jornais um perfil da população mais afetada, para que o leitor brasileiro possa fazer ponderações com as suas próprias condições de vida e avaliar o tamanho do risco que corre de ser contaminado.
No último trimestre de 2008, o noticiário sobre uma suposta epidemia de febre amarela levou milhares de pessoas a buscar a vacinação, tendo ocorrido até mesmo alguns casos de inoculações repetidas que provocaram mortes. Nem mesmo as sucessivas declarações de autoridades sanitárias puderam conter a onda de pânico que se alastrou por algumas cidades. Os jornalistas parecem ter aprendido a lição. Mas nem todos.
(Publicado em 5 de maio de 2009 no Observatório da Imprensa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário