Quando li rapidamente sobre Apenas o Fim, filme de estreia do diretor e roteirista Matheus Souza, logo pensei que se tratava de mais um longa cult, melancólico, cheio de subjetividades e reflexões, traços característicos dessa nova geração do cinema nacional. Mas para minha surpresa, o jovem cineasta nos brinda com uma história despretensiosa, romântica, divertida e com várias referências ao universo pop que fazia sucesso nos anos 90.
Apenas o Fim narra a despedida de um casal de estudantes de cinema. Tudo começa quando a garota (Erika Mader) resolve abandonar o namorado (Gregório Duvivier) e fugir para um lugar desconhecido. Antes de partir, ela decide encontrá-lo, mas eles têm apenas uma hora para discutir a relação, recordando momentos felizes e fazendo um balanço de tudo que viveram juntos.
A química entre os protagonistas garante o êxito do enredo. Erika vive uma garota confusa e muito entediada com o mundo. Já Gregório encarna o nerd apaixonado e desajeitado. Ao longo dessa uma hora de conversa, o público se diverte com as contradições, filosofias e preferências do casal. Aliás, essas são as melhores sacadas. Enquanto ela gosta dos filmes de Godard, ele prefere os Transformes. Ela é fã de Nintendo, ele curte Playstation.
As locações do filme se limitam ao campus da PUC do Rio de Janeiro e um quarto. Com uma câmera digital e um orçamento baixíssimo, Matheus Souza, de apenas 20 anos, surpreende com uma obra descontraída, tocante, que fala dos conflitos de sua própria geração.
Na sessão em que assisti o Apenas o Fim, o riso rolou solto. À medida que a despedida se aproximava, as pessoas ficavam com a sensação de "quero mais". Não sei se essa reação vai acontecer com públicos de outras idades. Porém, algumas referências feitas durante o longa são universais, como o He-Man e a vovó Mafalda.
Um comentário:
Michel meu brother esse filme lembra "Eduardo e Mônica" do Legião Urbana/... e quem um dia irá dizer que não existe razão pras coisas feitas pelo coração
e quem irá dizer que não existe razão.../ Rsrs!
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