No último dia 1º, o Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar), suspendeu a veiculação da campanha publicitária da cerveja Devassa Bem Loira. Protagonizada pela socialite Paris Hilton e gravada em Los Angeles, a campanha foi ao ar no dia 12 de fevereiro. Em menos de duas semanas, o comercial foi alvo de quatro processos no Conar.
O primeiro processo aberto contra a campanha teve origem nas denúncias de consumidores incomodados com o apelo sexual excessivo do comercial. O segundo, aberto por iniciativa do próprio Conselho, referia-se a aspectos da promoção feita no site da campanha na Internet, que estimularia o consumo excessivo de álcool. A terceira notificação foi protocolada pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, e questionava o conteúdo sexista e desrespeitoso à mulher. A quarta denúncia foi feita pela Cervejaria Petrópolis, motivada pelo teor sexual da campanha da rival.
No Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, em relação a bebidas alcoólicas, tem-se que “a publicidade não deverá induzir, de qualquer forma, ao consumo exagerado ou irresponsável”. O Código determina que a publicidade de bebidas deve ser regida pelo princípio do consumo com responsabilidade social, que “eventuais apelos à sensualidade não constituirão o principal conteúdo da mensagem” e “modelos publicitários jamais serão tratados como objeto sexual”.
A liminar que determinou a suspensão da campanha vale até o julgamento dos processos, que deve acontecer na próxima reunião do Conar, marcada para o fim de março.
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O interessante é que a sociedade está se articulando mais no sentido de coibir campanhas publicitárias que ofendam, de alguma maneira, a dignidade humana. Recentemente, o comercial da Havaianas em que uma vovó incentivava a neta a transar com Cauã Reymond foi tirado do ar depois que a empresa recebeu milhares de protestos por email.
Muitos alegam que essas reações são motivadas por um falso moralismo, até porque no Carnaval vemos bundas e seios à mostra na TV. No entanto, se algumas atitudes não forem tomadas, as propagandas continuarão recorrendo ao sexismo, ao grotesco ou à falta de julgamento da criança. Sei que às vezes dá a impressão que o mundo está ficando chato, cheio de regras e do politicamente correto, mas não podemos cair na esculhambação de vez.
8 comentários:
não querendo ser moralista, mas o próprio nome dessa cerveja já é de mau gosto
Ridículo isso!!
Então porque nunca proibiram a propaganda da BOA, da Antartica?
E as da Nova Skin que falam do biquininho?
Qual o problema dessas propagandas?
Comercial de cerveja é feito pra chamar homem que são os maiores consumidores de cerveja e o q chama homem é bunda de fora na tv! É ridículo isso? Sim totalmente ridículo, mas daí a proibir uma propaganda de passar na tv? Isso é mais rídículo ainda! Isso é falta do que fazer! Quer proibir pouca vergonha? Proibe as propagandas Eleitorais! Isso é muito mais devasso que a propaganda da Devassa!
De acordo com o anônimo,e a propaganda desta cerveja não ofende em nada, o que acontece é um falso moralismo,se for para proibir,que seja geral.Programas como o pânico,deveriam ser tirados do ar ,pois só alienam e ridicularizam a mulher,e ninguém os processapor isso.
Exagero ... tudo isso só ocorreu pq a protagonista do comercial nada mais é q a PARIS HILTON.... existe diversos tipos de propagandas q deveriam ser retirada do ar e continuam ai .. sem falar nas cenas "quentes" das novelas ... ou até mesmo aquele programa do SBT ... onde o proprio nome já diz tudo PEGADINHAS PICANTES ...
Essas cervejas, ai ai... prefiro não comentar!
De verdade, gostei muito dessa decisão. Não tem nada a ver com ser a Paris Hilton ou a Juliana Paes, ou qualquer outra mulher muito bonita. A verdade é que a figura ali representada por trás das Deusas é a das mulheres. Eu me sinto ofendida por me ver representada como um mero e simples objeto, algo bem banal que os homens tomam justamente porque é devassa. O problema não está no moralismo, gente, está na exposição da imagem da mulher (não da Paris Hilton propriamente dita, mas da mulher) como objeto sexual. Isso, justamente, banaliza a sexualidade e a sensualidade da mulher, que tem todo o direito de escolher se relacionar sexualmente como e com quem quiser. Repito, direito de escolher, e não de ser oferecida. Sinceramente, abre um excelente precedente para que outras decisões possam a ser tomadas. Sinto muito se homem só se interessa por bunda fora da tv, é a pura prova da banalização sexual. Vejam bundas na praia, então, e não nos usem como chamariz de comércio, de propaganda, como se fossemos mercadoria.
Maria Dolores,
O Pânico é alvo fácil de reclamações, e processos existem sim.
O problema é com quem estamos lidando, com um grupo muito poderoso de mídia, que tem relações prosmícuas com governo, empresa e órgãos públicos. Mas umas boas multas eles já tomaram...é que esse tipo de informação, infelizmente, não chega para gente. Já se perguntaram por quê?
Apesar do nome desta cerveja ser de extremo mau gosto, não achei tão ofensiva assim a propaganda a ponto de tirarem do ar. Além das imagens das novelas e carnaval serem bem piores, acho que outras cervejas exploram a imagem da mulher objeto muito mais clara e ofensivamente!!
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