O âncora do Brasil Urgente (Band), José Luiz Datena, afirmou em recente entrevista que está cansado de fazer jornalismo policialesco na TV. Porém, na contramão, estreou no último dia 3, o novo Aqui Agora (SBT). O telejornal fez muito sucesso na década de 90 com uma cobertura frenética das operações policiais, chegando a mostrar até um suícidio ao vivo.
Programas desse gênero tomavam conta dos finais de tarde da televisão brasileira há alguns anos atrás. Cidade Alerta (Rede Record) e Repórter Cidadão (Rede TV) travavam com Datena uma verdadeira guerra pela audiência.
Programas desse gênero tomavam conta dos finais de tarde da televisão brasileira há alguns anos atrás. Cidade Alerta (Rede Record) e Repórter Cidadão (Rede TV) travavam com Datena uma verdadeira guerra pela audiência.
Hoje, a Record vem apostando em telejornais mais populares, mas que em alguns momentos, lembram bastante os de caráter policial. Não é mera coincidência o fato de os apresentadores do programas SP no Ar e o Balanço Geral serem do mesmo perfil do Datena. Ambos gritam muito ao vivo.
Mas a fórmula parece que está se desgastando. O público não quer ver o caos urbano espetacularizado na TV. Em entrevista à jornalista Laura Mattos, o professor e pesquisador de propaganda e mídia da USP, Arlindo Figueira, comenta que há cada vez menos anunciantes dispostos a associar seus produtos a programas desse formato. Segundo ele, o clima de insegurança que eles geram não é favorável à mensagens publicitárias.
Mas, afinal, esse tipo de jornalismo é um mal necessário? Penso que não. A informação veiculada precisa ter sua função cidadã. Por isso, imagino que glamourizar a ação policial, destacando prisões e apreensões, não ajuda a sociedade a combater a violência.
6 comentários:
Concordo plenamente com o texto e acrescento que parece que os apresentadores são escolhidos pela chatice e o tom de voz, sempre alto!!
NÃO ACREDITO QUE ESTE TIPO DE PROGRAMA TRAGA ALGO DE VALOR AO DESENVOLVIMENTO DO CIDADÃO E CONSEQUENTEMENTE, AO PAÍS. PENSO QUE A INFORMAÇÃO, QUE É NECESSARIA, PASSA A SER UMA "CENA" ISOLADA EM UM CONTEXTO MAIOR.
Hoje existe o chamado "shownarlismo" em que o espetáculo se sobrepõe à informação. Isso ficou evidente no caso do avião da TAM. Naquele momento, o que interessava era criar um estado emocional coletivo que garantiria muitos pontos de audiência. É lamentável!!!
Fica difícil dizer o que é pior , se o Chatena ou o tipo de programa que eu prefiro chamar de tele-sadomasoquismno, o camarada assiste e se diverte com a desgraça alheia, enquanto um cínico insuportavelmente chato grita e esbraveja contra todo mundo: polícia, governo, bandidos, judiciário, legisladores. Mau gosto é pouco!
É uma "fábrica de loucos". Pessoas que apresentam este tipo de programa precisam é de psiquiatra. Nem perco meu precioso tempo vendo isso. Pena que não se tem muita opção no horário.
Ótima conclusão, Michel.
Concordo com você!
Um abraço!
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