O caso da garota Isabella Nardoni choca a sociedade brasileira, tanto pela crueldade contra uma criança indefesa, quanto pela possibilidade do próprio pai da vítima ser o autor do crime.
A cobertura da mídia contribui para esse estado de comoção coletiva, assim como fez no caso do menino João Hélio, morto brutalmente no Rio de Janeiro em 2007 .
Vídeos caseiros da menina, reconstituições e flashes ao vivo das delegacias em que estão presos o pai e a madrasta de Isabella reforçam o sentimento de revolta ou mesmo de curiosidade do telespectador que acompanha esse caso como uma novela.
Para "alimentar" essa história diariamente, as emissoras precisam de fatos novos, assim, recorrem a depoimentos do delegado, do porteiro, dos pais dos acusados e da mãe de Isabella. Para se ter uma idéia dessa obsessão, imagens da menina no supermercado horas antes do crime foram repetidas exaustivamente pelos programas e telejornais. Até infográficos foram elaborados para detalhar os ferimentos sofridos pela vítima. Há mais de dez dias, a mídia trata o pai e a madrasta como culpados pela morte de Isabella numa postura de "caça às bruxas". Eles podem até serem os autores desse crime bárbaro, mas a sentença não cabe à imprensa . Nesse triste episódio, é preciso cautela para ser fazer justiça, afinal, todo mundo é inocente até que se prove o contrário. Essa cobertura sufocante da mídia não esclarece, apenas canaliza a atenção do público.
4 comentários:
o titulo desse artigo diz tudo!! Temos q ter mais cautela antes de apontarmos culpados... muitas possiveis provas ja foram descartadas... a autoria desse crime não é tao obvia assim quanto o delegado fez a imprensa e sobretudo a população acreditar
Infelizmente, até os telejornais mais respeitado têm caído na tentação do sensacionalismo no caso citado. A mídia está expondo toda a família e adiantando fatos que não se confirmaram, tais como o sangue no carro e na porta da casa.
Caso o pai e a madrasta não sejam os culpados, os jornais se retratarão?
Caso sejam, não é a polícia que deve investigar e revelar a conclusão?
Parece que a mídia brasileira não está preparada para o contraditório. Aliás, ela não costuma admitir seus erros ou mesmo se retratar de informações incorretas. Quando se retrata, o espaço é sempre proporcionalmente menor ao da acusação. Um exemplo é caso da Escola Base em que os donos do colégio foram acusados injustamente de abuso sexual contra alguns alunos.
É uma moeda de duas faces...
ao mesmo q chateia por causa da especulação e do juízo leviano,
tb impede q a polícia cometa injustiças ainda maiores.É um caso q tb esta na mão da opinião pública. Os peritos se movimentam de acordo com o sensacionalismo na tv... Essa novela já é antiga desde o tempo do PC Farias lembra?
Acho q a policia deveria levar casos como esse um pouco mais a sério.
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