Quatro meses e mais de uma centena de depoimentos depois, o inquérito da PF que apura o grampo ilegal de conversas do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, chega ao fim do ano sem provas de autoria nem vestígios do áudio cuja transcrição divulgada pela revista ''Veja'' resultou no afastamento do diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Paulo Lacerda.
O inquérito está nas mãos da Justiça, que analisa o pedido de prorrogação feito pelos delegados Rômulo Berredo e William Morad. A tendência é que a investigação ganhe sobrevida de 30 dias, mas, ainda assim, na PF poucos acreditam que ela chegue aos culpados.
A dificuldade de se comprovar a existência do áudio coloca em dúvida a veracidade da informação divulgada pela revista Veja. A revista, escorada na desculpa do ''sugilo da fonte'', recusa-se a dizer onde e através de quem conseguiu a suposta gravação. Também nega-se a fornecer o original que recebeu.
Diante de tanta relutância, não será surpresa se a investigação da PF concluir que a revista forjou a matéria e mentiu com objetivos inconfessáveis. Não seria a primeira vez que a revista da família Civita seria flagrada mentindo aos seus leitores. Reportagens como a dos dólares cubanos engarrafados e a suposta ajuda do PT às Farc são apenas dois dos casos conhecidos em que a revista usou informações sabidamente falsas para tentar criar fatos políticos.
No caso do suposto grampo no STF, não faltam motivos para a Veja fabricar a matéria. Basta lembrar que foi o ministro Gilmar Mendes quem concedeu, por duas vezes e em prazo recorde, habeas corpus que mantiveram o banqueiro Daniel Dantas longe das grades. O mesmo Daniel Dantas é acusado de subornar jornalistas da grande imprensa para que atuassem a seu favor. Um dos colaboradores da revista Veja, Diogo Mainardi, é apontado como um dos porta-vozes dos interesses de Daniel Dantas na mídia.
Informações do site Vermelho
2 comentários:
michel, parabéns pelo blog!!! também gostei muito do texto que escreveu sobre o filme "feliz natal", no artefato cultural. grande abraço!!!
Valeu Marcão
Sempre leio sua coluna Conversas e Distrações
Um abração!
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