terça-feira, 29 de abril de 2008

"Q" de qualidade...Será?

Recentemente foi divulgado o 14º Ranking da Baixaria na TV. Novamente o campeão de denúncias foi o Big Brother Brasil da Rede Globo. Ironicamente, no momento em que a emissora do "plim-plim" veicula uma propaganda exaltando a sua tal "QUALIDADE", os programas que encabeçam a lista são justamente os da sua grade.
Entre as reclamações recebidas pela campanha
Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania, estão a exibição de diversas cenas de discriminação, o apelo sexual, a violência, o vocabulário inadequado para o horário, a exposição de pessoas ao ridículo, além da vulgarização das relações humanas.
Os detalhes dos pareceres de cada programa da lista estão disponíveis no site:
http://www.eticanatv.org.br/index.php?sec=2&cat=6&pg=2

E vocês concordam com o ranking? Ficou algum programa de fora?

sexta-feira, 25 de abril de 2008

PODER, SEXO E MUITA COMIDA

Estômago, filme do diretor Marcos Jorge, mostra a estreita relação entre poder e comida. Raimundo Nonato, vivido de maneira espetacular pelo ator João Miguel, é um nordestino que chega na cidade grande à procura de uma vida melhor e acaba se tornando um especialista na arte de cozinhar.
Passando pelos butecos, restaurantes e pelas curvas de uma prostituta, Nonato aprende rápido as regras de uma sociedade formada por devoradores e devorados.
O longa consegue prender a atenção do público que acompanha paralelamente duas passagens da vida de Nonato, o antes e o depois de ir para a cadeia. E o grande mistério da história é este: o que fez o humilde e ingênuo retirante para ser preso?
Poético, enigmático e bem-humorado, o premiado filme de Marcos Jorge ressalta que hierarquia existe em todos os setores da sociedade, inclusive na cadeia. Lá, Nonato descobre que dormir no lugar mais alto do beliche significa muito mais do que aparenta.
Estômago é daqueles longas que a gente tem certeza que se fosse hollywoodiano seria campeão de bilheteria, mas é uma co-produção brasileiro-italiana, sendo assim, se alcançar 100 mil de público já será considerado um sucesso. Para finalizar, uma coisa é certa, ou esse filme lhe abrirá o apetite ou lhe dará uma tremenda incongestão.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Novos tempos...

Os wapishanas

Os xavantes

Os tapajós

Neste último final de semana, foi realizada a Festa Nacional do Índio em Bertioga. Durante o evento, tribos de várias partes do Brasil mostraram sua cultura, com seus rituais e artesanatos. É uma tentativa válida de promover e preservar a cultura indígena, mas a realidade desses povos é muito diferente da época em que viviam em ocas e caçavam animais para se alimentar.
Hoje, muitos índios possuem aparelhos de celular, usam jeans e têm email. Sim, isso é sinal de integração, o isolamento já não é mais uma alternativa. No entanto, impressiona ver os xavantes, ianomâmis, tapájós, entre outros, negociando seus artefatos como num camelódromo.
E os índios são bons de negócio, é tudo na base do "um é dez, três é vinte". Eles só foram impedidos pelo IBAMA de comercializar artesanatos que utilizam pele de animais silvestres. Esse é o preço do hibridismo cultural, assim, se os povos indígenas quiserem continuar vendendo quinquilharias terão que se adequar as leis do "homem branco".

Fotos: Michel Carvalho

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Entretenimento versus cultura

O desafio de democratizar a cultura

Michel Carvalho (*)

Há alguma incompatibilidade entre entretenimento e cultura? Depende do ponto de vista. No Brasil, ainda existe a tendência de fazer da ação cultural um instrumento de lazer para o tempo livre. Essa contradição é explicada em parte pela falta de sensibilidade do Poder Público que continua tratando o tema como supérfluo diante de outras demandas da população. Em tempos de dengue, falar de arte parece escárnio.

Segundo dados do próprio IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em mais de 80% das cidades brasileiras não há órgãos exclusivos para gerir a cultura. Assim, a área é "empurrada" para outras secretarias, como a de educação, de turismo, de esporte ou mesmo de lazer. Esse descaso é agravado por um investimento pífio de menos de 1% do orçamento municipal em ações culturais.

(*) Jornalista e Educador da ONG Educafro

Texto na íntega no site:
http://www.artefatocultural.com.br/portal/index.php?secao=colunistas_completa&subsecao=65&id_noticia=120&colunista=Michel%20Carvalho

terça-feira, 8 de abril de 2008

Quase uma novela

O caso da garota Isabella Nardoni choca a sociedade brasileira, tanto pela crueldade contra uma criança indefesa, quanto pela possibilidade do próprio pai da vítima ser o autor do crime.
A cobertura da mídia contribui para esse estado de comoção coletiva, assim como fez no caso do menino João Hélio, morto brutalmente no Rio de Janeiro em 2007 .
Vídeos caseiros da menina, reconstituições e flashes ao vivo das delegacias em que estão presos o pai e a madrasta de Isabella reforçam o sentimento de revolta ou mesmo de curiosidade do telespectador que acompanha esse caso como uma novela.
Para "alimentar" essa história diariamente, as emissoras precisam de fatos novos, assim, recorrem a depoimentos do delegado, do porteiro, dos pais dos acusados e da mãe de Isabella. Para se ter uma idéia dessa obsessão, imagens da menina no supermercado horas antes do crime foram repetidas exaustivamente pelos programas e telejornais. Até infográficos foram elaborados para detalhar os ferimentos sofridos pela vítima. Há mais de dez dias, a mídia trata o pai e a madrasta como culpados pela morte de Isabella numa postura de "caça às bruxas". Eles podem até serem os autores desse crime bárbaro, mas a sentença não cabe à imprensa . Nesse triste episódio, é preciso cautela para ser fazer justiça, afinal, todo mundo é inocente até que se prove o contrário. Essa cobertura sufocante da mídia não esclarece, apenas canaliza a atenção do público.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

FAVELA, MÚSICA E ROMANCE...

Maré, Nossa História de Amor, da diretora Lúcia Murat, estréia amanhã (04/04) nos cinemas. Fiquei curioso para assisti-lo porque o filme promete ser um musical, tendo a favela como cenário. Ultimamente foram produzidos vários longas retratando comunidades marginalizadas, mas a cultura sempre ficou relegada. Parece que em Maré, Nossa História de Amor, a violência serve de pano de fundo para um romance inspirado na história de Romeu e Julieta de Shakespeare. A conferir.
Que tal assistir um filme nacional nesse final de semana? Ah, segundo o site de divulgação do filme,
Maré, Nossa História de Amor estará em cartaz no Espaço Unibanco (Miramar) e no Cinemark (Praiamar).

Confira o trailer:
http://br.youtube.com/watch?v=S4R8bM4MHaA

quarta-feira, 2 de abril de 2008

O povo na telinha

OUTRO OLHAR: O JORNALISMO FEITO PELO CIDADÃO

O OUTRO OLHAR é o espaço da sociedade no telejornal Repórter Brasil. Se você produz conteúdo informativo, como reportagens, entrevistas ou imagens que mostram a sua realidade, faça contato com nossa produção e envie seu vídeo.

Mostre as histórias da sua redondeza, os assuntos que mexem com a sua vida. Participe da TV Brasil com a sua visão dos fatos sobre os mais variados temas. Por exemplo: uma reportagem sobre o desemprego na sua cidade, sobre a educação na escola do seu filho ou uma imagem sobre a saúde no posto de seu bairro.

No link Os Vídeos, você pode ver as reportagens de colaboradores de diferentes partes do país já exibidas no Repórter Brasil.

Como participar:

1 - Com vídeos de até 5 minutos (a duração máxima de exibição no telejornal é de 3 minutos);
2 - Informações necessárias: título, sinopse básica, formato suporte, duração, ano da produção, nome dos realizadores;
3 - Endereço para envio: OUTRO OLHAR/TV Brasil EBC - Empresa Brasil de Comunicação - SCRN 702/03 - Bloco B - nºs 16 e 18 - Ed. RADIOBRÁS - Brasília - DF - CEP 70.720-620
4 – Por correio, envie: Fitas Mini DV, DVCAM, BetaCAM ou DVD (gravado em dados);
5 - Produções em formato digital (inclusive de Celulares e Máquinas Fotográficas Digitais) também podem ser enviadas diretamente via FTP (internet banda larga) – neste caso, entrar em contato para receber as instruções;
6- É necessário que sejam enviadas também duas cópias de um Termo de Cessão de Direitos Autorais assinado pelo realizador ou por um representante da instituição produtora. O termo está em www.tvbrasil.org.br/reporterbrasil ;
7 - Uma equipe fará a análise e seleção do material recebido, que poderá ser utilizado, ou não, nos telejornais. Vamos avaliar se a reportagem dá voz a todos os lados envolvidos, se precisa de auxílio da redação da TV Brasil para ouvir alguma parte, se o texto é de fácil compreensão para todos os telespectadores.

Contatos: outroolhar@tvbrasil.org.br

Fonte: TV Brasil

Essa iniciativa é uma ótima oportunidade da sociedade participar efetivamente da programação da TV Brasil, mesmo que ela ainda não esteja disponível para todo o país pela TV aberta. Seria interessante que os mais longínquos lugares do Brasil participassem do projeto, enviando vídeos que retratem a verdadeira cara do povo brasileiro, que não está na novela das oito, nem no Jornal Nacional.