Geralmente, quando um filme tenta ultrapassar a barreira de gênero é sinal que pretende fugir do convencionalismo. É proibido fumar, de Anna Muylaert (Durval Discos), é um exemplo dessa busca. O longa estrelado por Glória Pires e Paulo Miklos transita entre a comédia romântica e o drama, passando, em certa medida, pelo suspense.
Baby (Glória) é uma professora de violão solteirona que nutre o desejo de encontrar um grande amor. Ela vê suas chances crescerem com a mudança do músico Max (Miklos) para o apartamento vizinho ao seu. Logo, os dois começam um relacionamento, o único problema é a compulsão de Baby, que fuma um cigarro atrás do outro.
Para dá fim ao seu vício, Baby procura um grupo de apoio a fumantes. Repetindo o lema “o cigarro parece meu amigo, mas é meu inimigo”, ela enfrenta uma crise de nervos com a abstinência de nicotina. Esse quadro é agravado quando Baby desconfia que seu novo affair está lhe traindo. A partir desse momento, o filme dá uma virada com direito a chantagens e investigação policial.
Paralelamente à trama central do filme, existe uma disputa inusitada por um sofá velho, herança de uma tia, entre Baby e suas irmãs Pop (Marisa Orth) e Teca (Daniela Nefussi). O que pode soar como bobagem, apenas para “encher lingüiça”, ajuda a explicar a instabilidade emocional da protagonista.
É proibido fumar reafirma toda a versatilidade de Glória Pires e comprova o talento do roqueiro Paulo Miklos. Os dois estão perfeitos em cena, mostrando sintonia e leveza. Além das atuações, o filme agrada pela trilha sonora formada por muitas jóias da MPB. Aliás, há todo um clima de nostalgia no longa, das músicas à decoração do apartamento de Baby.
O filme de Anna Muylaert saiu vitorioso do último Festival de Brasília com oito troféus, incluindo o Candango de melhor longa, melhor atriz para Glória Pires e melhor ator para Paulo Miklos. Ainda levou os prêmios técnicos de montagem, trilha sonora, direção de arte e roteiro. Lançado em dezembro de 2009, É proibido fumar passou despercebido do grande público, uma pena, afinal, não é sempre que um diretor consegue subverter a lógica do gênero.
5 comentários:
E infelizmente bons filmes nacionais não alcançam o devido sucesso.
Mistura de Glória Pires, Marisa Orth e Paulo Miklos, além de mpb merecem certa atenção por si mesmos.
Vale a pena assistir.
Já me alaram muito deste ilme... estou curiosíssima para assistir!
Passando pra conhecer o seu blog...
sempre que puder passarei por aqui, adorei a dica
bjão
legal eu queria ver o filme mas ter alguma opinião de quem viu mesmo :) abçs
Recomendadíssimo.....Vale à pena!!!!
Gosto muito das interpretações do Paulo Mikos, que bom que o trabalho dele enfim foi reconhecido, e ele abocanhou o premio de melhor ator.
A sinopse do filme é interessante, está aí uma boa pedida, pretendo assistir.
Sorte noo blog!
http://identidade-cultural.blogspot.com/
Postar um comentário