sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A escalada da intolerância


Quem acompanha o noticiário, observa uma escalada da intolerância no país. São agressões físicas contra homossexuais, preconceito contra pobres e incitação à violência contra nordestinos. Tudo isso em poucas semanas. Por uma questão de classe ou hegemônica, muitas pessoas não aceitam o contraditório, aquele que é diferente de sua turma. Essas manifestações contra grupos historicamente discriminados revela uma mente atrasada e rancorosa, que não consegue conviver com a diversidade, seja ela de qualquer natureza.

Um dia depois do segundo turno das eleições, a estudante de Direito Mayara Petruso utilizou o twitter para manifestar todo o seu preconceito contra os nordestinos. Para ela, os moradores da região são os grandes responsáveis pela vitória de Dilma Rousseff (PT). Na rede social, ela disparou "nordestisto (sic) não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado". A OAB-PE acionou à Justiça contra Mayara que pode responder criminalmente por suas manifestações xenofóbicas.

No Rio de Janeiro, um militar admitiu ter atirado contra o estudante Douglas Igor Marques, 19 anos, logo após a Parada Gay, na última segunda. Uma testemunha que depôs sobre a agressão, disse que o agressor falou para o grupo de homossexuais: "Vocês são uns veadinhos. São uma vergonha para a família de vocês.". Ao dizer isso, ele teria atirado contra a barriga do jovem.

Em São Paulo, na semana passada, quatro adolescentes, de classe média alta, agrediram três outros jovens na avenida Paulista. A violência teria sido motivada por homofobia, já que o grupo que sofreu a agressão seria homossexual. A Justiça acabou liberando os bandidos (é esse o termo correto) no domingo sob a alegação que se tratava apenas de uma briga de rua e que os acusados não representariam perigo a nenhuma minoria se fossem soltos.

Já o comentarista da RBS, afiliada da Rede Globo de Santa Catarina, Luis Carlos Prates, destilou toda sua ira contra os pobres ao culpá-los pelo tráfego intenso nas estradas durante o feriado da Proclamação da República. Segundo o jornalista, pessoas de baixa de renda, que nunca leram um livro, estão comprando carros devido ao atual governo que estimula a oferta de crédito para essa camada social. Em nome da tão falada liberdade de imprensa, um profissional de comunicação se acha no direito de utilizar uma concessão pública para difundir ideias preconceituosas. Isso é um absurdo.

Motivadas por diferentes razões, as agressões têm em comum o preconceito. Um preconceito muitas vezes negado pela sociedade brasileira e, particularmente pela mídia. Manifestações contra gays, nordestinos e negros acontecem diariamente no país, algumas resultam em mortes, mas acabam não ganhando notoriedade. A imprensa poderia ao retratar esses casos, promover um amplo debate sobre homofobia, racismo e respeito ao direitos humanos. Essa escalada da intolerância não pode ser banalizada. Quem não sabe conviver com a diferença, não serve para viver em sociedade.

4 comentários:

Macaco Pipi disse...

ahh
tem horas que dá vontade de mijar na cara de alguém!

Felipe Matula disse...

Não dá pra entender porque cada vez mais as pessoas estão assim....juro que tentei entender, mas não dá. Acho que é o ser humano tentando se achar superior ao outro....inflizmente...

www.feriasdopresidente.blogspot.com

vanderleia costa disse...

O que falta em na sociedade é respeito às diferenças e isso deveria ser incluído desde os primeiros anos de vida escolar das crianças.
Fica difícil reeducar um adulto em relação à diversidade ,pois ele já está completamente corrompido,penalidades mais severas podem o inibi de realizar esses atos grotescos.
Porém, a solução de fato está nas escolas,que devem ser multidiciplinares e mais humanas em sua forma de aprendizado ,abordando em sua grade curricular o respeito à diversidade cultural .

Wil disse...

Imbecilidade total. Sem mais comentários.