O que esperar de um filme rodado no Capão Redondo, em plena periferia de São Paulo? Tiros, drogas e violência? Bróder, do estreante Jeferson De, não esconde a realidade das “quebradas”, mas foge do senso comum ao contar uma história comovente de amizade em que a criminalidade é apenas pano de fundo. O que chama a atenção realmente é o afeto que move cada personagem.
Três amigos de infância. Jaiminho (Jonathan Haagensen), jogador de futebol que vive a expectativa de ser convocado para seleção brasileira; Pibe (Silvio Guindane), pai de família, simples, honesto e trabalhador e, Macu (Caio Blat), desempregado que acaba entrando no mundo crime, ele é o único que ainda mora no Capão. O reencontro dos jovens vai colocar a amizade à prova, juntos, terão que superar desavenças do passado e um inesperado dilema, que vai mexer para sempre com a vida deles.
Quem espera um Cidade de Deus paulistano vai se decepcionar. Em vez da pirotecnia do filme de Fernando Meirelles, Bróder investe em sequências longas, cenas casuais e um clima intimista. Tudo isso ajuda a criar um ambiente familiar. Outros detalhes presentes no longa que retratam bem a periferia brasileira é a religiosidade e a celebração em volta da mesa.
Mas o grande destaque da película de Jeferson De é o elenco. Além da grande atuação dos três amigos, o núcleo familiar de Macu, formado por Airton Graça, Cássia Kiss e Cíntia Rosa, está excelente. Por falar nisso, algumas cenas são tão tocantes e verdadeiras, que é difícil não se emocionar.
Quem conhece Jeferson De e sua militância na defesa de uma legítima cultura negra, talvez imaginasse um filme mais engajado, como Faça a Coisa Certa de Spike Lee. No entanto, o diretor adota um tom sutil para fazer sua crítica social. A cena da batida policial é simbólica nesse sentido. Até o fato de escalar um ator branco para o papel de protagonista surpreende num primeiro momento, mas ao assistir Bróder, todos concordarão com a escolha de Caio Blat. Ele está perfeito como o jovem "negro" de pele branca.
Porém, é inegável que Jeferson De teve que fazer algumas concessões para ter como parceiras, a Globo Filmes e a Columbia Pictures. Para se ter uma ideia, o lançamento do longa já foi adiado várias vezes. Além disso, os palpites de Daniel Filho, co-produtor do filme, também podem ser observados. Ironicamente, Bróder tem o respaldo da poderosa Globo, ao mesmo tempo em que conta com a trilha sonora de Mano Brown e a consultoria de Ferréz, ícone da cultura marginal.
Sucesso de crítica, Bróder foi premiado nos festivais de Paulínia e Gramado, sendo que neste levou o kikito de melhor filme, trilha sonora e montagem, além de direção para Jeferson De e melhor ator para Caio Blat. O longa também teve a honra de ser exibido no Festival de Berlim do ano passado. Agora, o desafio é convencer o público de que não se trata de mais um título do gênero favela movie. Quem assistir, terá a certeza disso e se comoverá com um história arrebatadora.
Estreia: 21 de Abril nos cinemas
Estreia: 21 de Abril nos cinemas
7 comentários:
parece ser um bom filme, vamos ver née
tamo seguindo ;D
http://emmeusonho.blogspot.com/
Filmes que citam periferia sempre falam de guerra, morte, sangue, sexo... algum dia tinha que sair um filme que não falasse só sobre isso.
Vlw pela presença no blog :)
www.folhetimdefilippe.wordpress.com
Amo Caio Blat e aos poucos estou começando a amar o cinema brasileiro. ♥.♥
Se quiser me visite.
http://anjosceticos.blogspot.com/
Interessante viu, parece ser ótimo...seguindo já seu blog, adorei.
Retribui e comenta por favor *-* http://cantinhodrikasanttos.blogspot.com/
oS filmes brasileiros estão cada vez melhores, e esse parece ser um desses muito bom!!!!
parece ser um bom filme, obrigada pela dica..
adorei seu post ..
volte sempre ao meu blog..
httP://papiando-adoidado.blogspot.com
Como a maioria dos últimos filmes nacionais tem sido bem legais, este parece seguir a linha de Cidade de Deus e afins, parece um bom roteiro. Vou procurar assistir.
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