terça-feira, 25 de março de 2008

Mídia influencia Legislativo

Uma pesquisa da agência FSB Comunicações revela que mais da metade (62%) dos deputados federais entrevistados (246) deu nota acima de cinco, numa escala de 0 a 10, para a influência que a mídia tem em suas decisões e votos. O estudo “Deputados Federais, Mídia e Conjuntura Política”, realizado entre 04 e 19/12/07, utilizou uma amostra representativa de 48% dos parlamentares da Casa.

A pesquisa aponta ainda que o meio jornal é o mais utilizado pelos deputados federais. Mais de noventa e seis por cento (96,3%) deles lêem jornal todos os dias. O preferido é a Folha de S.Paulo (84,7%), seguido de O Globo (48,6%), Estadão (32,9%) e Correio Braziliense (32,1%).

As revistas estão na consulta diária de 87,8% dos parlamentares. Veja é a mais lida, com 78%, seguida da IstoÉ (52,8%), Época (40,2%) e CartaCapital (25,2%).

Telejornais estão na preferência de 62,2% dos parlamentares, diariamente. Os mais assistidos são: Jornal Nacional (60,6%), seguido do Jornal da Globo (39,4%), Jornal da Record (29,3%) e Jornal das Dez, do SBT (27,2%).

Sites e blogs são consultados todos os dias por 47,2% dos deputados federais, com a maior audiência para o Blog do Noblat (24,4%), seguido do UOL (22,4%), Portal Terra (9,8%) e Josias de Souza (9,3%).

O meio rádio está equiparado com a Internet, com 47,2% da audiência diária dos parlamentares. A CBN está na frente (63,8%), seguida da Band News FM (20,3%), Câmara (15,4%) e Jovem Pan (8,9%).

Fonte: Site Comunique-se

Para refletir: Essa influência que a mídia exerce sobre o Legislativo é positiva? Nem sempre. Às vezes, a "grande" imprensa privilegia determinados grupos, não correspondendo necessariamente aos interesses da sociedade.
A agenda do Congresso não pode ser definida pela mídia. O parlamentar precisa estar sensível à opinião pública, mas isso não quer dizer que sua atuação deva ser pautada pelo que é veiculado pelos meios de comunicação.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Você já imaginou um dia sem comunicação?






Acima, alunos da Oficina de Mídia Cidadã do Núcleo Parque das Bandeiras que aceitaram o desafio de imaginar um dia sem comunicação. Eles citaram o caos como principal conseqüência dessa situação, mas também lembraram que as relações humanas, atualmente tão condicionadas pelos meios de comunicação, poderiam ser estreitadas. Parabéns a todos pelo trabalho em grupo e a reflexão sobre o tema.

Michel Carvalho
Coordenador da Oficina Mídia Cidadã

quarta-feira, 12 de março de 2008

A serviço do conservadorismo

Muita gente pode até negar, mas a novela das oito (que na realidade é a das nove) pauta a vida cotidiana brasileira. Por isso, é preocupante algumas mensagens veiculadas no programa de maior audiência do país. No episódio da novela Duas Caras da útima terça, dia 11, a personagem Gislaine, uma estudante negra, interpretada pela atriz Juliana Alves, aparece lendo o livro Não somos racistas, numa ação aparentemente de merchandising.

O livro é de autoria do diretor executivo de jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel, um conhecido desafeto do movimento negro. Não somos racistas critica o sistema de cotas para afrodescendentes em universidades públicas, afirmando que essa política divide o Brasil em dois grupos. Coincidência ou não, na mesma novela, o personagem Rudolf Stenzel (Diogo Almeida), também negro, é o rebelde sem causa, um líder estudantil que só promove desordem na universidade e oculta sua verdadeira condição social.

Sutilmente, a novela lança um olhar reacionário sobre a questão do negro no Brasil, deslegitimando suas reivindicações. Aí está o perigo, uma vez que a TV tem o poder de criar consensos na sociedade. Ao retratar uma negra resignada com o racismo e um negro engajado, mas hipócrita, Duas Caras serve de amplificador para a tese da democracia racial, onde as condições são iguais para todos.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Sobra espetáculo, falta informação...


O âncora do Brasil Urgente (Band), José Luiz Datena, afirmou em recente entrevista que está cansado de fazer jornalismo policialesco na TV. Porém, na contramão, estreou no último dia 3, o novo Aqui Agora (SBT). O telejornal fez muito sucesso na década de 90 com uma cobertura frenética das operações policiais, chegando a mostrar até um suícidio ao vivo.

Programas desse gênero tomavam conta dos finais de tarde da televisão brasileira há alguns anos atrás. Cidade Alerta (Rede Record) e Repórter Cidadão (Rede TV) travavam com Datena uma verdadeira guerra pela audiência.

Hoje, a Record vem apostando em telejornais mais populares, mas que em alguns momentos, lembram bastante os de caráter policial. Não é mera coincidência o fato de os apresentadores do programas SP no Ar e o Balanço Geral serem do mesmo perfil do Datena. Ambos gritam muito ao vivo.

Mas a fórmula parece que está se desgastando. O público não quer ver o caos urbano espetacularizado na TV. Em entrevista à jornalista Laura Mattos, o professor e pesquisador de propaganda e mídia da USP, Arlindo Figueira, comenta que há cada vez menos anunciantes dispostos a associar seus produtos a programas desse formato. Segundo ele, o clima de insegurança que eles geram não é favorável à mensagens publicitárias.

Mas, afinal, esse tipo de jornalismo é um mal necessário? Penso que não. A informação veiculada precisa ter sua função cidadã. Por isso, imagino que glamourizar a ação policial, destacando prisões e apreensões, não ajuda a sociedade a combater a violência.