segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Silêncios

"Quem tem poder para difundir notícias, tem poder para manter segredos e difundir silêncios. Tem poder para decidir se o seu interesse é mais bem servido por notícias ou por silêncios"

Boaventura de Sousa Santos


Alguns silêncios da grande mídia...

  • Os escândalos que atingem o governo de Yeda Crusius (PSDB) no Rio Grande do Sul
  • O golpe de Estado em Honduras
  • A renovação automática das concessões da Globo e da Record
  • O boicote do setor empresarial à Conferência Nacional de Comunicação
  • A morte de um integrante do Movimento Sem Terra durante desocupação no RS
  • O acordo entre o governo brasileiro e o Vaticano
  • A intenção do presidente colombiano de se perpetuar no poder
  • A pesquisa Vox Populi que indica queda na diferença entre Serra e Dilma nas intenções de voto
  • Os resultados positivos das ações afirmativas nas universidades públicas
  • A recuperação da economia brasileira
Mais algum?

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Vem aí o Grito dos Excluídos 2009

O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, é um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos. O Grito dos Excluídos, como indica a própria expressão, constitui-se numa mobilização com três sentidos:


* Denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social;

* Tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome;

* Propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos.


O Grito se define como um conjunto de manifestações realizadas no Dia da Pátria, 7 de setembro, tentando chamar à atenção da sociedade para as condições de crescente exclusão social na sociedade brasileira. Não é um movimento nem uma campanha, mas um espaço de participação livre e popular, em que os próprios excluídos, junto com os movimentos e entidades que os defendem, trazem à luz o protesto oculto nos esconderijos da sociedade e, ao mesmo tempo, o anseio por mudanças.


As atividades são as mais variadas: atos públicos, romarias, celebrações especiais, seminários e cursos de reflexão, blocos na rua, caminhadas, teatro, música, dança, feiras de economia solidária, acampamentos - e se estendem por todo o território nacional.


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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Globo X Record: quem perde é o público

O Jornal da Record exibiu hoje (12) uma matéria contestando as acusações de que o bispo Edir Macedo e integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) estariam envolvidos em um esquema de lavagem de dinheiro. A denúncia feita pela Justiça de São Paulo conclui que a contribuição dada pelos fiéis era desviada para a compra de bens pessoais e de veículos de comunicação.

O caso foi amplamente divulgado ontem pela mídia, mas ganhou contornos de “megacobertura” no Jornal Nacional da Rede Globo que dedicou mais de dez minutos ao episódio. Além da denúncia da promotoria, o programa mostrou imagens de cultos em que pastores ensinam como cobrar o dízimo aos fiéis. A repercussão na imprensa internacional também foi abordada na matéria.

A reportagem do Jornal da Record defendeu a IURD, mostrando as obras sociais mantidas pela instituição religiosa. Além disso, a matéria faz duros ataques à concorrente, exibindo um histórico da Rede Globo em que a emissora é acusada de envolvimento com a ditadura militar e de manipulação nas eleições. A tese do canal de Edir Macedo é de que a rede carioca estaria perseguindo a Record por causa de seu crescimento na disputa pela audiência.

O mais grave de tudo isso é que as emissoras utilizam seus telejornais para se atacarem mutuamente numa postura que desrespeita o telespectador. A denúncia contra a IURD é real e tramita na Justiça. No entanto, é importante saber como a Rede Globo conseguiu ter acesso a informações tão sigilosas, outra questão é se o jornalismo da família Marinho procurou escutar a versão dos acusados.

Dessa guerra, a única certeza é que os meios de comunicação agem de acordo com seus interesses políticos e comerciais. Por isso, não podemos perder a oportunidade de discutir a mídia que temos e a que desejamos, é preciso lutar pela realização da I Conferência Nacional da Comunicação em nome da democratização da informação e pelo fim do monopólio midiático, seja global ou universal.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Desventuras, crimes e afeto

Direto de Fortaleza

A ética de cada indivíduo é determinada pelas condições do dia a dia? O longa Se nada mais der certo, do diretor José Eduardo Belmonte (A Concepção) mostra que um sujeito em crise pode acabar entrando numa vida criminosa sem perceber, principalmente quando encontra pessoas que compartilham desse mesmo sentimento de decadência. Frenético e com lacunas, o filme aposta numa história violenta e humana simultaneamente.

Léo (Cauã Reymond) é um jornalista desempregado, endividado e que vive com a viciada Angela (Luiza Mariane) e seu filho. Numa noite à procura da companheira, Léo conhece Marcin (Caroline Abras), uma garota que se comporta como um pivete, frequentador de “bocas” e zonas. Ela o apresenta a Wilson (João Miguel), um taxista que não consegue dinheiro para bancar seu táxi. Os três se unem para aplicar golpes. Dessa aproximação surge, então, uma forte relação de carinho e cumplicidade. Sem limites, o grupo acaba se envolvendo com pessoas muito perigosas.

Quanto às interpretações, destaques para Carolina Abras que consegue dá vida a um personagem ambíguo, ora frágil, ora sagaz e João Miguel, um sujeito deprimido a ponto de explodir a qualquer momento. Outra atuação marcante é do ator Milhem Cortaz que vive um travesti “barra pesada”, rendendo um dos momentos mais engraçados do filme. Já Cauã se esforça, mas não convence como um jornalista em derrocada, falta melancolia e alguns anos a mais.

Com estreia prevista para o próximo dia 14, Se nada mais der certo é dividido em atos, porém, esse artifício não impede alguns buracos que dificultam o entendimento da história. Parece que tudo acontece de maneira inusitada. Belmonte comentou na apresentação do filme no 19º Cine Ceará que o longa trata fundamentalmente de relações humanas, negando o rótulo de violento, mas é difícil dissociá-lo dessa imagem numa trama repleta de tiros, drogas e prostituição.

Clique aqui para conferir o trailer