segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Os grandes erros da imprensa em 2011



Grande imprensa esconde livro bombástico: O silêncio absoluto da grande mídia em relação ao livro A Privataria Tucana (Geração Editorial), do jornalista Amaury Ribeiro Jr., foi constrangedor, demonstrando toda seletividade dos grupos de comunicação do país quando os casos de corrupção envolvem figuras do PSDB. Ignorar um fenômeno editorial com mais de 30 mil exemplares vendidos em poucas semanas é tentar esvaziar o assunto para que não ganhe novos contornos. O silêncio foi quebrado só quando políticos citados no livro comentaram sobre o assunto, mesmo assim, as matérias se preocuparam mais em desqualificar o autor do livro e apontar contradições na obra do que aprofundar as denúncias contra a alta cúpula dos tucanos.


Jornalismo pautado pelo pastor I: O Domingo Espetacular, da Rede Record, apresentou uma reportagem de quase quarenta minutos sobre o ritual religioso chamado cair no espírito, muito comum em algumas igrejas evangélicas. O grande problema é que a emissora pertence a um grupo religioso rival aos retratados na matéria. Além disso, a matéria é tendenciosa ao fazer quase uma pregação contra a doutrina, utilizando vídeos de internet. O outro lado da questão não foi ouvido para comentar sobre o assunto. Mais um sinal de que o jornalismo da emissora é pautado pela alta cúpula da Universal.



Jornalismo ou programa de entretenimento?: A substituição da jornalista Fátima Bernardes por Patrícia Poeta na bancada do Jornal Nacional durou cerca de quinze minutos, um exagero para qualquer telejornal diário. Quando o próprio jornalista se transforma em notícia principal é porque algo muito sério está acontecendo com a imprensa. Ao tratar uma simples troca de apresentadoras como um fato de grande potencial noticioso, o Jornal Nacional ignora o interesse público. Quantas reportagens mais importantes poderiam ter sido exibidas durante esses quinze minutos?



Jornalismo pautado pelo pastor II: Uma verdadeira aula de mau jornalismo. Só assim podemos definir o noticiário da Rede Record sobre a distribuição de kits do programa Escola sem Homofobia. A emissora, cujo dono é o mandatário da Igreja Universal, ignorou qualquer princípio jornalístico ao adotar uma abordagem conservadora e manipuladora. O material que foi criado, sob supervisão do MEC, por entidades que lutam contra a homofobia e trabalham com a temática da sexualidade está sendo intitulado pejorativamente de "kit-gay". Ao estigmatizá-lo dessa maneira, o jornalismo da Rede Record tenta reforçar a tese de que o material incentivaria a homossexualidade, como se a questão pudesse ser reduzida dessa maneira.



Band adota discurso autoritário contra governo e grevistas: Em editorial veiculado no Jornal da Band, lido pelo jornalista Joelmir Beting, o Grupo Bandeirantes critica a greve dos trabalhadores dos Correios, não reconhecendo-a como direito e instrumento de luta dos servidores. O texto ainda ataca o Governo Federal pela "falta de ação das autoridades diante da greve" e em tom ameaçador, dispara: "Autoridades: cuidado!". Ao manifestar essa opinião, a Bandeirantes se coloca contra os movimentos sociais, particularmente o sindical, numa tentativa de conseguir adesão da sociedade contra os trabalhadores dos Correios.


TV Globo ignora o Pan: Por não ter os direitos de transmissão dos Jogos Panamericanos de Guadalajara, a emissora optou por uma cobertura mínima, reservando apenas alguns segundos sobre o dia a dia das competições. A TV Globo não aceitou as condições da Record, detentora dos direitos, que exigia que as imagens fossem levadas ao ar com o logotipo do canal de Edir Macedo e que houvesse a inscrição "imagens cedidas pela TV Record". Por não aceitar essa condição, a emissora da família Marinho praticamente escondeu o Pan, relativizando sua importância.




Criatividade ou mal gosto?: Imagino que o jornalista responsável por esta manchete do jornal A Tribuna tenha tido a intenção de ser criativo ou, pelo menos, fugir do lugar comum. Mas, sem a devida reflexão, acabou produzindo um título, no mínimo, controverso. A tragédia em Realengo, na Zona Oeste do Rio, causou uma tremenda comoção na sociedade brasileira, principalmente por envolver crianças. O episódio em si já é doloroso e revoltante demais, por isso mesmo, não precisa ser espetacularizado, ganhando contornos ficcionais e dramáticos. Numa situação como essa, a cobertura deve ser o mais equilibrada possível, respeitando o sofrimento dos familiares das vítimas e da população em geral.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Os destaques do cinema nacional


8. Onde Está a Felicidade?

9. Malu de Bicicleta

10. Os 3

COMENTÁRIO: Este ano tivemos uma boa safra de filmes nacionais, apesar que as maiores bilheterias continuam sendo as comédias da Globo Filmes, como Cilada.com, De Pernas Pro Ar e Qualquer Gato Vira Lata. Em 2011, ainda tivemos Bruna Surfistinha, que contava com uma atriz de sucesso na pele da prostituta mais famosa do país. Realmente, tinha tudo para lotas as salas de cinema. 


A surpresa positiva foi O Palhaço, que ultrapassou a marca de 1 milhão de espectadores, confirmando todo o talento de Selton Mello como diretor. O longa é encantador, tanto no riso quanto no drama. Bróder, de Jefferson De, mostra que é possível contar uma história que se passa na periferia sem recorrer a estereótipos. Lixo Extraordinário, indicado ao Oscar, é o melhor documentário do ano. O projeto do artista Vik Muniz com os catadores de lixo rende uma história emocionante. 


Esperamos que 2012 nos reserve boas surpresas para o cinema nacional.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Os melhores estrangeiros do ano



A Pele que Habito: Almodóvar se reinventa nesse filme que mistura suspense, terror e ficção-científica. É lógico que não falta o lado sádico e grotesco do cineasta espanhol. Ao final da sessão, o sentimento é de perturbação e perplexidade. Até Antonio Banderas convence como o médico cirurgião alucinado.

Cisne Negro: Um thriller psicológico que consagrou Natalie Portman com o Oscar de Melhor Atriz. A intensidade com que vive os dramas da jovem bailarina é emocionante. Eu imaginei que se tratava só de uma história sobre um espetáculo de balé, mas me surpreendi com o resultado, é de perder o fôlego mesmo.

Incêndios: Esse filme canadense foi indicado ao Oscar de Melhor Estrangeiro. Conta a jornada de dois irmãos em busca do pai e de um irmão. Trata-se de uma história de reviravoltas, com um desfecho surpreendente. Destaque para o roteiro envolvente.

Melancolia: Dividido em duas partes, o filme do polêmico Lars Von Trier conta a história das irmãs Justine e Claire. Na primeira, o público até fica entediado, sem entender muito bem o que está rolando. Já na segunda, grandes atuações e uma linda fotografia. A última cena entra para o rol das imagens históricas do cinema.

Em um Mundo Melhor: O mundo cruel e complexo dos adultos sob olhar de dois garotos. Uma história aparentemente simples, mas que desperta muitas reflexões. Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

Biutiful:  O diretor Iñárritu novamente aposta numa história multicultural. Indicado ao Oscar de Melhor Ator, Javier Bardem vive um pai sensitivo e amoroso, marcado pela desolação e pela dor. Toca num assunto delicado que é a imigração ilegal.

O Vencedor: A história verídica de um boxeador campeão, que enfrentou vários conflitos até o estrelato. Christian Bale mereceu o Oscar de Melhor Ator Coadjuante pelo papel de Dicky, ex-lutador drogado que se torna treinador do irmão, causando-lhe muitos problemas. Os conflitos familiares são o auge do filme.

Confiar: O diretor tem o mérito em tocar num tema muito contemporâneo: pedofilia na internet. Destaque para a fantástica interpretação de Clive Owen, que encarna o pai da garota violentada.

127 Horas: Trilha sonora e fotografia empolgantes. O filme narra a trágica saga do alpinista Aaron Ralston que acabou amputando o braço para sobreviver. Em seu melhor papel, James Franco faz a dor transcender a tela.

O Garoto da Bicicleta: Apesar de superestimado pela crítica especialista, o filme é um bálsamo. O interdiscurso, ou seja, o não dito é o grande destaque da história. Menino abandonado pelo pai tenta aprender o que é o amor.

***

Para você, qual a maior injustiça dessa lista?


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sábado, 10 de dezembro de 2011

Classificação ameaçada



Publicado originalmente no site O Dia Online

Marcus Tavares (*)

Depois de um intenso e polêmico processo de discussão nacional sobre o papel do Estado, dos pais e dos canais de televisão sobre a classificação indicativa dos programas de TV, culminado com a aprovação da portaria 1.220, em 2007, a medida que tem o objetivo de proteger a infância e adolescência está mais uma vez ameaçada.

Na última quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) só não julgou a inconstitucionalidade da veiculação dos programas de acordo com a faixa horária e etária, proposta pela portaria da classificação indicativa, porque houve pedido de vista do processo pelo ministro Joaquim Barbosa. Na prática, se a ação for aprovada, as emissoras poderão exibir qualquer programa em qualquer horário e em qualquer território nacional, que possui hoje três fusos horários.

O STF julga a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 2404) ajuizada pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em 2001, contra o dispositivo do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), especificamente o artigo 254, que classifica como infração administrativa a transmissão de programa de rádio ou televisão em horário diverso do autorizado pelo Governo Federal. Este artigo é um dos fundamentos da regulação da classificação indicativa.

Sabe-se que decisão judicial não se discute, cumpre-se. Mas convenhamos que as justificativas dos quatro ministros que já deram parecer favorável à ação são questionáveis. Eles justificam o voto em nome da liberdade de expressão. Segundo eles, vincular a programação a uma faixa horária e etária configura censura prévia. Essa discussão amplamente discutida com a sociedade e inclusive com os canais de TV já está ultrapassada.

(*) Professor e jornalista especializado em Educação e Mídia

domingo, 4 de dezembro de 2011

Sentimentos encenados


Texto produzido originalmente para o site Mídiativa

Triângulo amoroso é um tema recorrente na ficção. Recentemente tivemos a série global Aline. No cinema, Os SonhadoresTrês Formas de Amar e o clássico Jules e Jim de François Truffaut. Os 3, de Nando Olival, bebe dessa fonte, mas apresenta um elemento novo: a vida num reality show. Com uma linguagem moderna, o filme tem um público alvo bem definido.
O filme de Olival conta a história de Camila (Juliana Schalch), Cazé (Gabriel Godoy) e Rafael (Victor Mendes), três jovens universitários que, vindos de diferentes lugares, se encontram numa fila de banheiro e depois de algumas cervejas e muita conversa, decidem morar juntos. Uma regra de convivência fica estabelecida: os três não poderão se envolver entre si. O tempo, então, mostra que é impossível cumprir esse acordo. Os sentimentos de amizade e amor se misturam nessa relação que parece perfeita.
Com a proximidade do curso, Camila, Cazé e Rafael estão próximos da despedida. Mas após a apresentação de um trabalho na faculdade, o trio é convidado para participar de um reality show que acompanhará em tempo real o cotidiano dos três no apartamento em que vivem. O programa é patrocinado por uma grande loja de departamentos, que espera faturar muito com as vendas online de tudo o que os jovens usam no dia a dia, desde TV até mochila.
O produtor do reality e o trio percebem que a vida cotidiana não é suficiente para atrair o público e aumentar o faturamento do patrocinador. Daí, a necessidade de a realidade se confundir com a ficção, surgindo verdades baseadas em mentiras e mentiras inspiradas em verdades. Emoções são encenadas e sentimentos são retraídos na frente das câmeras. O programa se torna um grande sucesso, até que uma quarta pessoa surge na história, o que coloca em xeque a relação dos três jovens.
O filme conta com boas atuações e tem uma história interessante. No entanto, se perde ao tentar mostrar os conflitos do triângulo amoroso, ao mesmo tempo, que discute a linha que separa realidade e ficção. Os 3 é uma representação pueril dos jovens universitários, em que a ousadia fica no que é sugerido e não no que realmente acontece. Faltou a provocação de Os Sonhadores e a poesia de Jules e Jim.

domingo, 27 de novembro de 2011

Caminhos da Reportagem discute Publicidade Infantil


O Caminhos da Reportagem, da TV Brasil, apresenta neste vídeo o programa Publicidade Infantil, vencedor do prêmio Imprensa Embratel 2011. A edição mostra como governo, empresários e sociedade civil estão trabalhando para ter uma propaganda mais ética.

Com os estímulos que vêm de todas as partes, TV, rádio, revistas e internet, crianças escolhem desde carros até alimentos. O programa ouviu crianças, publicitários, pais, educadores e especialistas de várias áreas da saúde para discutir o comportamento infantil e os limites do consumo.

Um ótimo subsídio para reflexão sobre o tema.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um exemplo de matéria "isenta"




Podem falar que se trata de mania de perseguição ou de teoria conspiratória, mas assistindo a uma matéria sobre as cotas raciais no Jornal da Globo, fica evidente como ela é enquadrada para parecer objetiva e imparcial, mesmo que, de forma sutil, apresente uma tese que alerta para os riscos dessa ação afirmativa nas universidades.  

Aparentemente, a reportagem obedece a todos os princípios jornalísticos, escutando os dois lados da questão. Mas, dos quatro entrevistados, apenas a ministra da secretaria de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Barros, defende de fato as cotas raciais. “Elas são um instrumento de política pública bastante poderoso, para produzir inclusão em alguns espaços, isso foi provado com a questão do acesso ao ensino superior”, disse a ministra.

A segunda entrevistada é a procuradora de Justiça, Roberta Kaufmann, que defende as cotas sociais como ação afirmativa para inserir o negro no ensino superior. Ela ainda alerta para o “perigo” da racialiazação do país com as cotas raciais. É bom lembrar que a procuradora é a mesma que, a serviço do DEM, ajuizou uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o sistema de cotas raciais da Universidade de Brasília (UnB). Nela, o partido pede que essas ações afirmativas sejam declaradas inconstitucionais.

O terceiro entrevistado é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que disse apoiar as cotas, mesmo sem especificar a modalidade. O detalhe é que o repórter enfatiza: “FHC defendeu as cotas, mas fez uma ressalva importante”. No entanto, a fala do tucano contraria esse suposto apoio às cotas raciais:

“Sou a favor, acho que temos que discutir a maneira de aplicar essas cotas porque não é aceitável tribunais raciais. Quem é que vai saber se esse é branco, esse é mulato. No Brasil isso não cabe. Nos Estados Unidos é pelo sangue. Aqui não é. Pela aparência, aparência é tão variável. Então precisa tomar cuidado”.

Continuando a matéria, o repórter fala que alguns líderes do movimento negro acham que é preciso mais tempo para avaliar definitivamente a eficácia das cotas. Fabiano Dias Monteiro, sociólogo e ex-coordenador do Disque Racismo/RJ, assim como Roberta Kaufmann e FHC, reforça a ideia de que as cotas raciais podem provocar a racialização do país:

“Acho que precisamos de mais tempo e de mais discussão social para poder perceber qual seu nível de eficácia e quais são os riscos principalmente no sentido de produzir ou não uma sociedade racializada”. O interessante no depoimento de Monteiro é que ele é considerado uma liderança do ativismo negro que questiona as cotas raciais.

Nem precisa estudar teorias da comunicação, para enxergar a seleção de falas e o tratamento que a matéria recebe a fim de comprovar a tese de que as cotas raciais são uma política deste governo, sem respaldo junto à opinião pública e que não encontra consenso nem entre os membros do movimento negro.

Outro aspecto importante é que o diretor da Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel, é autor do livro Não Somos Racistas em que ele defende a tese da democracia racial e contesta a validade das cotas raciais. Não posso esquecer também de mencionar o fato de que tanto Kamel quanto Roberta fazem parte do Instituto Millenium, entidade mantida pelos grupos de comunicação Abril e Globo, que, segundo informação do próprio site, pretende “atingir a opinião pública conscientizando-a sobre os valores que considera primordiais para o fortalecimento da democracia e para o desenvolvimento do país”.

A mídia é uma importante voz no debate público, porém, não podemos ser ingênuos para pensar que ela se comporta como “campo neutro”. Independente de ser a favor ou contra as cotas raciais nas universidades, seria interessante se a sociedade entendesse a lógica que norteia o jornalismo brasileiro, que pretende parecer isento, mas, na verdade, tem um lado. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Crime de Imprensa: o lado oculto das eleições de 2010


Informações do site da Plena Editorial

Crime de Imprensa é o primeiro livro a mostrar, na história das eleições, como se comporta a mídia corporativa antipopular e atrelada a interesses que não coincidem com a vontade do povo. Uma mídia que não hesita em usar os mesmos métodos do inescrupuloso magnata das comunicações Rudolph Murdoch. Em tom de sátira, Palmério Dória e Mylton Severiano transmitem a perplexidade das pessoas lúcidas deste País não só com a cobertura jornalística falsamente “isenta” das campanhas eleitorais, mas também com a posição dos grandes veículos de comunicação diante de outros episódios da vida brasileira.

Crime de Imprensa é o segundo volume de uma trilogia dedicada a expor mazelas do comportamento brasileiro (o terceiro está em preparo). O primeiro, Honoráveis Bandidos, um retrato do Brasil na Era Sarney, tornou-se inédito sucesso do jornalismo político: vendeu mais de 100 mil exemplares só nos três primeiros meses após o lançamento (setembro de 2009, Geração Editorial); Crime de Imprensa, pela editora Plena, mostra agora como boa parte dos empresários da mídia usa seus veículos mais como pontas-de-lança para fazer negócios do que para defender os interesses de nossa gente. Diziam os latinos que o riso corrige os costumes. Os dois jornalistas não perdem o bom humor e, amparados em fatos, não mais que fatos, da narrativa fazem divertido meio para você se informar melhor sobre bandalheiras midiáticas nacionais. Eis como um crime pode compensar: Crime de Imprensa, o livro.

Serviço:
Lançamento do livro Crime de Imprensa
Quarta, 30 de Novembro de 2011
Horário: 19h30
Local: Escola de Comunicações e Artes (ECA/USP)
Auditório do Depto. de Jornalismo e Editoração
Cidade Universitária

sábado, 12 de novembro de 2011

Estudantes da ECA/USP condenam anti-jornalismo

Foto: Sérgio Nóbrega

Moção de repúdio à cobertura da imprensa sobre o movimento estudantil
Nós, estudantes de Comunicações e Artes da ECA/USP viemos explicitar o nosso repúdio à maneira como a imprensa hegemônica tem exposto os acontecimentos recentes no campus da USP.
Estamos constrangidos com a maneira preguiçosa e irresponsável como a imprensa e a televisão têm feito seu trabalho, limitando-se a vender o espetáculo originário de uma cobertura superficial e pautada no senso comum. Entendemos as comunicações e as artes como agentes essenciais na conscientização e na transformação da sociedade. Para isso, o jornalismo não pode ser um mero reprodutor de discursos circulantes, mas sim um instigador de debates e inquietações.
Aquilo a que assistimos recentemente foi uma reprodução incansável de estereótipos, que só serviram para manipular a opinião pública contra as lutas que são primordiais dentro do campus. Como estudantes de universidade pública, é também nosso papel questionar a maneira como a mídia trata os movimentos sociais, principalmente como ela tem tratado o movimento estudantil. Buscar entender as raízes do problema exige apuração minuciosa, princípio básico do jornalismo. Posições existem, mas elas não podem ocultar ou distorcer fatos.
O nome do que está sendo praticado é anti-jornalismo. A sociedade não financia a nossa formação para sermos profissionais como esses.
* O signatário deste blog apoia a moção

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

1ª Semana Viva Zumbi

Clique na figura para visualizar no tamanho original

Confira a programação completa:
Local: Estação da Cidadania de Santos
Avenida Ana Costa, 340 - Campo Grande - Santos/SP (próximo ao Supermercado Extra)
Tema: Histórias de Famílias Negras
Comemoração a 20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra
17/ nov. (quinta-feira) – Abertura (mestre de cerimônia Augusta de França Oliveira)
19 horas – Apresentação Etnias: Canto dos Povos, do Grupo Vozes (Coral do Sindicato dos Bancários de Santos e Região)

19h30 – Mesa-redonda “Cobertura de Raça e Etnia na Imprensa”
Convidados: jornalista e prof. de Jornalismo e História Me. Marcus Vinicius Batista e jornalista Vera Lúcia Oscar Alves da Silva
Mediação: jornalista e membro do Fórum da Cidadania Cidinha Santos

18/ nov. (sexta-feira)

19 horas – Roda Literária – “Literatura Afro”
Convidados: Esmeralda Ribeiro, fundadora do Quilombhoje, de São Paulo; Bruno Lopes Marques, mestrando em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), em Literatura Africana
Mediação: professor de Literatura e membro do Fórum da Cidadania Léo de Oliveira

19 / nov(sábado)

15 horas – Vídeo Debate “Família Alcântara” – quilombo do Maranhão, história de afrodescentes
Debatedor: professor de Literatura e membro do Fórum da Cidadania Léo de Oliveira
Convidados: graduandos do curso de História da Universidade Católica de Santos (UniSantos), Cristiano Bueno e Odair José Pereira

(Trabalhos de Conclusão de Curso sobre Teoria Raciais no Brasil no Início do Século XIX e A Herança Negra nas Escolas de Samba de Santos na Década de 50)

Mediação: Vinícius Mauricio, membro do Fórum da Cidadania

16h30 – Ciclo de conversa sobre Famílias Quilombolas do Vale do Ribeira: Seus Costumes e Tradições
Convidada: professora e doutora Mary Francisco do Careno

18 horas – Abertura da Mostra “Histórias de Famílias Negras”
Retratos, documentos, objetos antigos e memórias que constituem a herança do povo negro (espaço aberto para colaboração voluntária na montagem da Mostra, até o dia 15 de novembro)

18h30 – Apresentação de Carimbó (dança típica indígena e negra), com o Grupo Projeto Karibu (crianças de 5 a 12 anos).

Coreógrafa: Thaís de Almeida
19 horas – Roda de conversa “Histórias de Famílias: Relatos, contos e memórias”

Breve leitura de histórico sobre o ferroviário Manoel Francisco da Cunha – por Augusta de França oliveira (neta)

19h30 – Mesa redonda “Histórias de Famílias: Relatos, contos e memórias”

Convidados: Benvindo Alves (106 anos) e Ana Alves da Silva (filha); Roberto Teles de Oliveira, o Mestre Sombra (capoeirista); Jasson Leonídio dos Santos (ambientalista) e Nadir de Souza Brito (assistente social)
Debatedora: professora e Mestre Edna Gobetti (especialista em Antropologia)
Mediação: jornalista e membro do Fórum da Cidadania Cidinha Santos e Vinícius Mauricio

21 horas – Confraternização “Viva Zumbi dos Palmares”


Retirado do site do Fórum da Cidadania de Santos

sábado, 29 de outubro de 2011

Em busca de graça



Não lembro recentemente de um filme que fez o público rir e chorar. Ora drama, ora comédia, O Palhaço, de Selton Mello, encanta pelo lirismo e simplicidade. A arte de fazer rir é o enredo desse road movie, que rememora os áureos tempos em que o circo levava a fantasia do picadeiro às cidades e sempre era recebido pelo sorriso fácil de uma criança.

Benjamim (Selton Mello) e seu pai, Valdemar (Paulo José) formam a dupla de palhaços Pangaré e Puro Sangue do Circo Esperança. Eles e a trupe percorrem o Brasil procurando um lugar onde possam armar a lona e ganhar uns trocados com sua arte. A vida na estrada é incerta, o que não tira a alegria do grupo, que entre uma parada e outra, aproveita para cantar e contar histórias.

Mas, aos poucos, Benjamim vai demonstrando um certo desânimo com a vida no circo. Sem RG, CPF e comprovante de residência, o palhaço vive uma verdadeira crise de identidade. Ele, que deveria fazer rir, perde a graça e se vê diante de um dilema: qual será a sua vocação? Em busca de respostas, parte rumo ao desconhecido.  Benjamin é o retrato da própria arte circense. Um ofício em extinção, mas que nunca perde sua magia.

Além de uma belíssima fotografia e uma história cativante, O Palhaço impressiona por suas atuações. Selton Mello coleciona mais um personagem complexo, que provoca riso mesmo estando triste. Paulo José está sensacional. O elenco parece escolhido a dedo, tamanha a sintonia entre todos. E a pequena Larissa Manoela, que emociona só de olhar. O filme ainda conta com muitas participações especiais, com destaque para Moacir Franco, Tonico Pereira e Jorge Loredo, o eterno Zé Bonitinho.

Em entrevista, Selton Mello comentou que O Palhaço é um bálsamo, um filme que faz bem ao espírito. E ele acertou em cheio, o sentimento é que viajamos no tempo para um lugar em que para ser feliz é preciso de pouco. A trilha sonora com pérolas da música brega (ou romântica se assim preferir) também ajuda a construir esse clima saudosista.

O Palhaço foi premiado no Festival de Paulínia, com melhor roteiro, figurino, ator coadjuvante para Moacir Franco e melhor diretor de ficção. Depois de uma estreia muito intimista na direção com Feliz Natal, Selton Mello mostra que amadureceu, apostando numa história de apelo popular, o que não significa falta de bom gosto. Pelo contrário, O Palhaço é pura poesia e metalinguagem, isto é, a arte do cinema refletindo sobre a arte do circo.



sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Essas imagens merecem destaque na mídia?

Corpo do ex-ditador líbio Muammar Kadafi, morto pelas forças rebeldes do país, durante operação militar 
Foto: Reuters
Corpo de Mutassim, filho de Muamar Kadafi

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Uma aventura ao universo de Jorge Amado



Sinta-se transportado para o universo de Jorge Amado. A Bahia, marginal e esplendorosa, com todo seu tempero e ginga. Depare-se com seus tipos mais famosos, como o malandro, a folgosa e a mãe de santo. Capitães da Areia, de Cecília Amado, neta do escritor, garante essa aventura. Mais do que um filme, a versão cinematográfica do clássico de Jorge é uma justa homenagem a um dos maiores nomes de nossa literatura.


Em Salvador, na década de 30, menores abandonados formam um bando chamado de Capitães da Areia e se instalam no Trapiche, um velho prédio. Liderados por Pedro Bala (Jean Luis Amorim), eles praticam roubos pelas ruas da cidade. Cada garoto ali tem uma história de violência e sofrimento para contar. Desde cedo, os capitães aprenderam o que é ser entregue à própria sorte.


Pedro Bala é considerado um herói pelos Capitães da Areia, aquele que conhece todos os becos de Salvador. Por ser o chefe, o rapaz precisa tomar decisões difíceis, como expulsar alguém que não cumpra as regras do grupo. Seu braço direito é Professor (Robério Lima), o cérebro do bando, responsável por planejar os assaltos. O garoto, que tem o dom de desenhar, adora contar histórias mirabolantes.


Gato (Paulo Abade), bom de jogo e de capoeira, joga todo seu charme para conquistar a prostituta Dalva (Ana Cecília). Sem Pernas (Israel Gouvêa), aleijado e muito infeliz, é peça central de um plano do grupo para roubar uma família rica. A revolta do garoto cresce à medida da falta de esperança numa vida melhor. Já Boa Vida (Jordan Mateus), é o bom malandro, o que mais brinca no bando, o menino adora uma roda de música e mexer com a mulherada. 


A rotina de armações dos Capitães da Areia muda com a chegada de Dora (Ana Graciela), uma garota que perdeu sua mãe, vítima de uma epidemia de varíola que assolava a cidade. Com seu jeito carinhoso e valente, ela encanta a todos no Trapiche, até Pedro Bala que, no começo, não gostou da ideia de ter uma menina no bando, acaba não resistindo aos encantos de Dora.

O elenco é formado basicamente por não atores. São garotos que foram selecionados em organizações culturais de Salvador e passaram por oficinas de interpretação. Essa fórmula já foi usada em Pixote, Cidade de Deus e Querô. Mas em Capitães da Areia, a fórmula não funciona tão bem. O grande destaque é Ana Graciela, que atua com doçura e naturalidade. 


Jorge Amado escreveu o livro Capitães da Areia com 24 anos. As marcas de sua juventude estão em cada página. Um grito por liberdade ecoa em toda a história. Cecília tem o mérito de conseguir transportar esse sentimento para o filme, mesmo que não surpreenda.  Se falta ousadia, sobra louvação à Bahia de todos os santos.

sábado, 8 de outubro de 2011

Meu País: reencontos e descobertas



Há um país dentro de cada um de nós. Um lugar misterioso, às vezes, inatingível, do qual somos tão íntimos quanto estrangeiros. Essa é a premissa de Meu País, de André Ristum. O drama conta uma história de reencontros e descobertas, em que o maior desafio é mostrar o que se sente. Contando com um ótimo elenco e uma bela fotografia, o filme tem uma aura de cinema europeu, o que é atraente, mas também causa um estranhamento.

Marcos (Rodrigo Santoro) é um empresário bem-sucedido e que há muito tempo deixou o Brasil para viver em Roma. Casado com a italiana Giulia (Anita Caprioli), ele se vê obrigado a retornar ao país, depois da morte de seu pai (Paulo José). Tiago (Cauã Reymond), irmão de Marcos, é viciado em jogo e está gastando a grana da família para pagar suas dívidas.

Depois de acompanhar o funeral do pai, Marcos imaginava que logo estaria de volta à Itália. Mas além de ter que administrar os negócios da família e cuidar dos problemas causados por Tiago, o empresário descobre que tem uma meia-irmã, Manuela (Debora Falabella), que vive numa clínica psiquiátrica. A jovem, que tem idade mental de uma criança, precisa de um lar e de carinho. O surgimento de Manuela mexe com Marcos, que terá que aprender a cuidar de alguém.

Tiago, cada vez mais endividado e envolvido com pessoas perigosas, não quer conviver com Manuela, nem aceita as ordens do irmão para controlar as finanças da família. Giulia precisa voltar à Itália. Diante desses dilemas, Marcos precisa tomar uma decisão, mas para isso precisa fazer um mergulho em si próprio, superando diferenças e vazios.

O que não fica muito claro é o que aconteceu para que Marcos ficasse tanto tempo sem rever seus familiares. A história também não explica o ressentimento que existe entre ele e Tiago. Até seus negócios na Itália são uma incógnita. Outro hiato é a relação que o pai tinha com os filhos. Essas pistas ajudariam a entender melhor essa família, mas não chegam a comprometer a alma do filme.

Com uma atuação brilhante, Rodrigo Santoro mostra porque é hoje o principal nome brasileiro no cinema internacional. Debora Falabella está muito bem vivendo um personagem complexo que exige uma interpretação sem exageros. Cauã, em mais um papel como jovem irresponsável, é razoável. Talvez seja a hora de encarnar outros tipos. Já Paulo José, em apenas alguns minutos, rouba a cena. Um gênio.

Sucesso de crítica, Meu País levou cinco prêmios oficiais no Festival de Brasília, entre eles, melhor ator para Rodrigo Santoro; diretor para Andre Ristum e o de melhor longa do júri popular. Merecido. Com relação ao estranhamento, a sensação logo passa pela qualidade da película. 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Será que tudo depende do ponto de vista?

Unanimidade e verdade absoluta são conceitos inexistentes na sociedade contemporânea marcada pela multiplicidade de opiniões. Talvez existam temas mais sagrados em que a adesão das pessoas é quase total e imediata, como a repugnância à pedofilia ou ao combate à miséria. Mas esses assuntos são exceção, na maioria da vezes, tudo tende a se polemizar, justamente pelo ponto de vista de cada um. Vejamos alguns acontecimentos recentes:

1) A suspensão do comercial da Caixa que mostrava o escritor Machado de Assis, negro,  sendo interpretado por um ator branco;

2) O pedido da Secretaria de Políticas para as Mulheres ao CONAR para a retirada da propaganda da Hope, acusada de sexista;

3) A ausência do humorista Rafinha Bastos na bancada do programa CQC na última segunda após fazer uma piada com a gravidez da cantora Wanessa Camargo.

Nos três casos,  houve uma grande discussão a respeito de um tema em comum: liberdade de expressão ou artística. Argumentos contra ou favor se multiplicaram na internet. Particularmente, defendo as três medidas (retirada dos comerciais e veto ao humorista), até porque não acredito em liberdade irresponsável e irrestrita, principalmente em relação à mídia. Mas o  interessante é pensar que os temas são complexos, porque envolvem desde questões culturais, étnico-raciais e de gênero até econômicas.

Vivemos a era da complexidade em que o avanço tecnológico convive com a exclusão social, a liberdade se choca com os direitos humanos e os valores éticos, e a criatividade  se vê ameaçada pelo politicamente correto. Nossa postura diante esses fatos depende das várias mediações  que nos circundam (familiares, educacionais, religiosas e ideológicas), isso quer dizer que "ponto de vista' não tem necessariamente relação com coerência, bom senso ou veracidade. Toda postura é, de certa maneira, contaminada, atravessada por várias outras. 

Diante disso, o consenso não deve ser um objetivo, mas um fator opcional. O que deve prevalecer é a tentativa do debate, mas no campo das ideias e não na busca da eliminação do outro. Tempos complicados, mas melhores, principalmente se pensarmos que já existiu uma ditadura do pensamento único em nosso país.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Encontro reúne blogueiros progressistas na UniSanta


Por Anselmo Massad da Rede Brasil Atual
    
Autores de blogues, tuiteiros, comunicadores e parlamentares de cidades como Santos, São Vicente, Praia Grande, Cubatão etc. reúnem-se, no dia 8 de outubro, no primeiro Encontro de Blogueiros Progressistas da Baixada Santista. As inscrições podem ser feitas pela internet.

O evento irá discutir liberdade de expressão e direito à comunicação, Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e redes sociais. O evento será transmitido ao vivo pela TV Linha Direta, no portal do PT de São Paulo.

Parlamentares como Luiza Erundina (PSB-SP), Telma de Souza (PT-SP) e Antonio Mentor (PT-SP) e blogueiros como Conceição Oliveira, Renato Rovai, Eduardo Guimarães, Altamiro Borges, Luis Nassif e Pastor Marcos Dornell devem participar.

Programação:

Data: 08 de outubro de 2011.
Local: Consistório da Universidade Santa Cecília
Endereço: Rua Oswaldo Cruz, 277- Boqueirão –Santos-SP
Das 8 às 18h

08:00- Café da manhã-  cortesia da Comissão Regional.

09:00 –Abertura do evento- Prefeitos, vereadores e comissão.

10:00- Debate: “ Liberdade de Expressão e pelo Direito à Comunicação com Participação Popular”

Debatedores: * Deputada Luiza Erundina (à confirmar) , Deputado Antonio Mentor (confirmados) * Deputada Telma de Souza ( à confirmar ) Prefeita Maria Antonieta ( Guarujá) Vereador Pedro Gouvea - São Vicente

Mediadores: Emerson dos Santos e Vander Fagundes.

12:00 – Almoço

14:00- Debate: “ Plano Nacional de Banda Larga, Lei dos meios de Comunicação, AI5 digital, Marco Civil da Internet.

Debatedores: Blogueiros  - Conceição Oliveira (Maria_Frô), Renato Rovai, Eduardo Guimarães, Altamiro Borges, Luis Nassif (confirmados), Pastor Marcos Dornell (blogsat).

Mediadores: Marco Antonio de Lima (Limarco) e Sérgio Telles

16:00- “As Redes Sociais como ferramenta de mobilização social. A importância do ativismo digital”

Debatedores: Pedro Custódio (Cufa), Igor Felipe do (MST) , João Carlos Camará (Ong Camará), Rafael Ambrósio (Ong Ambienta), João Gabriel ( Ong CAC), Francisco Nogueira (Fundação Settaport).

Mediadores: Andréia Lamaison e Daniela Origuella.

Nota: Nomes marcados com  (*) faltam confirmar presença.

Organização: Blogueiros Progressistas de SP e Comissão Regional: Andréia Lamaison (@lamaisonandreia) , Marco Antonio de Lima (@limarco), Kátia Figueira (@katytasv), Marcos Simões (@marcosjornpercu) .

Apoio: Prefeitura do Guarujá,  Prefeitura de Cubatão, Fundação Settaport, SINDPT e CGTB Nacional, CUT ,UGT, TV Linha Direta, MAVPTSP, SEEL, Faculdade Santa Cecília, Café da Praça, Locatelli, Rede Brasil Atual, TV Santa Cecília

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A criminalização da imagem do professor




No último dia 4, apresentei o artigo 'Aula do Crime': O discurso jornalístico e a criminalização da imagem do professor e de sua prática pedagógica durante o XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, realizado em Recife-PE, dentro da mesa A imagem do professor nos meios de comunicação do Grupo de Pesquisa Comunicação e Educação. 

No trabalho, analiso a cobertura da imprensa em relação ao episódio que ficou conhecido como 'aula do crime', em que um professor de matemática na cidade de Santos (SP) utilizou exemplos de práticas criminosas, como tráfico de drogas e prostituição, para elaborar problemas aritméticos para alunos do primeiro ano do ensino médio. 

A partir das matérias jornalísticas, reflito como a imprensa, por meio de estratégias discursivas, constrói socialmente a representação do docente e influencia o debate sobre educação na esfera pública.

Para conferir na íntegra, acesse